O presidente da França, Emmanuel Macron requisitou uma nova reunião de crise nesta sexta-feira (30) após uma terceira noite de protestos pela morte de um jovem de 17 anos baleado pela polícia em Nanterre, no oeste de Paris . Por conta das mobilizações mais de 650 pessoas foram presas e aproximadamente 250 agentes ficaram feridos.
"Nossos policiais, gendarmes e bombeiros mais uma vez enfrentaram bravamente uma violência incomum. Seguindo minhas instruções firmes, eles fizeram 667 prisões", disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, nas redes sociais.
Segundo Darmanin, 249 agentes ficaram feridos, sem nenhum caso grave.
A reunião de crise será às 13h (11h no BR) em Paris. O encontro interrompe a agenda de Macron, que participaria de uma cúpula em Bruxelas com colegas da União Europeia (UE).
Ontem, o líder francês escreveu no Twitter que a "violência contra delegacias, escolas, prefeituras, contra a República é injustificável".
Segundo a mídia local, o governo convocou 40 mil agentes em toda França para tentar conter a onda de violência.
O caso
Centenas de franceses foram às ruas após um jovem de 17 anos ser baleado durante uma abordagem policiais em Paris. Os manifestantes incendiaram veículos, atiraram pedras e dispararam fogos de artifício contra os policiais.
O agente que atirou no adolescente foi colocado sob custódia nessa terça-feira (27) depois que o garoto morreu no hospital.
Naël estava no carro com outras duas pessoas no momento em que foram parados em uma blitz policial, segundo os promotores de Justiça envolvidos no caso.
Na abordagem, ele teria ligado novamente o veículo e acelerado, o que teria apresentado perigo físico aos policiais. "Foi nesse contexto que o policial usou sua arma de fogo", disse o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez.
A versão, no entanto, foi contestada pela família do jovem com um vídeo que mostra dois policiais na lateral do veículo e, enquanto um segura a porta, o outro mantém a arma apontada para o motorista. Quando o carro acelera, o policial dispara.
Duas investigações foram abertas pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional para apurar o caso.
- Com informações da Reuters