CEO da OceanGate admitiu ter quebrado regras na construção do Titan

A fala de Stockton Rush foi em 2021; ele afirma que não seguiu a regra de não misturar titânio e fibra de carbono na estrutura do submarino

Wendy Rush, diretora de comunicação da OceanGate e esposa de vítima da implosão do submarino Titan, é descendente de mortos do Titanic, em 1912
Foto: Divulgação
Wendy Rush, diretora de comunicação da OceanGate e esposa de vítima da implosão do submarino Titan, é descendente de mortos do Titanic, em 1912

O CEO da empresa OceanGate e uma das vítimas da implosão do submarino Titan, Stockton Rush , cedeu uma entrevista em 2021 contando sobre a construção da cápsula. Ele admitiu que a estrutura do  submersível  não era "convencional" e que ela era contra as recomendações de não misturar materiais.

"Eu quebrei mesmo algumas regras. Mas acho que as quebrei com lógica e boa engenharia. Tem uma regra que diz para não misturar fibra de carbono e titânio, bom, eu misturei", disse  Rush .

Segundo o cientista marinho Gregory Stone, a atitude de  Rush colocou em risco vidas na tentativa de avanço da tecnologia, visando levar estruturas maiores para as profundezas do mar.

O Titan  possuía um formato cilíndrico e misturava as estrutura de titânio com fibra de carbono, que é mais barata e leve. Nos 60 anos de expedições que ocorreram aos destroços do Titanic , os submersíveis  eram esféricos e feito exclusivamente de titânio, o que diminuía a capacidade interna de tripulantes — no máximo duas pessoas.

Alguns especialistas já alertavam sobre o perigo do  Titan  em 2018, ano de sua construção. Eles avisaram a  OceanGate que o submersível não seguia as normas internacionais de segurança, e que poderia resultar em algo catastrófico. Ao todo, a empresa promoveu 14 expedições ao  Titanic com o submarino .

A probabilidade é que a câmara de fibra de carbono não tenha aguentado e cedido após tantas viagens. Mas não se sabe ao certo se esse foi o problema. As autoridades estão focadas em encontrar os destroços da capsula para entender o que levou a implosão. 

As buscas ainda passarão por entraves, como a dificuldade de conseguir encontrar os vestígios a 3.800 metros de profundidade e pelo acidente ter ocorrido em águas internacionais, sem a jurisprudência de nenhum governo.

O submarino que desapareceu no domingo com cinco pessoas a bordo sofreu uma "implosão catastrófica", resultando na morte de todos os ocupantes.