O governo da França sobreviveu nesta segunda-feira (20) à uma votação de desconfiança apresentada contra o presidente Emmanuel Macron após o anúncio da reforma previdenciária provocar os maiores protestos do país nos últimos anos.
A moção de desconfiança "transpartidária" do partido independente LIOT votada na Assembleia Nacional da França não obteve os 287 votos necessários para derrubar o governo de Macron e anular a proposta de reforma. Dos 577 legisladores, 278 votaram a favor.
Desta forma, nove votos ficaram aquém da desconfiança no governo da primeira-ministra Elisabeth Borne, menos da metade do que se pensava ser a "margem de segurança" da maioria.
Após a votação, novos confrontos entre manifestantes e policiais foram registrados perto da Assembleia Nacional e diversos objetos foram arremessados contra os agentes. Em resposta, gás lacrimogêneo foi lançado.
Nos últimos dias, a reforma da previdência proposta por Macron, que adia a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos - ante 42 anos - para receber uma aposentadoria integral, provocou uma série de protestos violentos no país.
Segundo pesquisas, dois terços dos franceses são contrários ao plano do presidente, e mais de oito em cada dez pessoas estão insatisfeitas com a decisão do governo de pular uma votação no parlamento.
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