ONU: comissário de Direitos Humanos cita Brasil ao criticar racismo

Volker Turk mencionou a queda de 31% na morte de brancos, mas um aumento de quase 6% no número de mortes de negros em ações policiais no país em 2021

Alto comissário de Direitos Humanos da ONU criticou mortes causadas pelo racismo no Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Alto comissário de Direitos Humanos da ONU criticou mortes causadas pelo racismo no Brasil


Volker Turk,  alto comissário da ONU para os Direitos Humanos , citou o Brasil nesta terça-feira (7) ao falar sobre a desproporcionalidade no número de mortes de pessoas brancas e negras em razão de ações policiais no país. 

O comentário do alto comissário foi feito na apresentação do Relatório Anual de direitos humanos, que aconteceu no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suiça. 

Turk ressaltou a queda de 31% na morte de brancos, mas um aumento de quase 6% no número de mortes de negros em confrontos policiais no Brasil em 2021. Ele pontuou ainda que a violência aplicada de “forma tão desproporcional a pessoas de ascendência africana” por parte de policiais é exemplo do dano estrutural enraizado na discriminação racial.


" A discriminação e o racismo são ameaças virulentas, tanto à dignidade humana quanto às nossas relações como seres humanos", disse. [Discriminação e racismo] dão armas ao desprezo. Humilham e violam os direitos humanos, alimentam rejeições e desesperam e impedem o desenvolvimento", complementou.

Volker citou também a situação nos Estados Unidos, onde, de acordo com ele,  levantamentos apontam que pessoas de ascendência africana têm quase três vezes mais probabilidade de serem mortas pela polícia do que pessoas brancas.

Situação das mulheres no Afeganistão e no Irã

O relatório apresentado pelo chefe de Direitos Humanos da ONU destacou também a situação das mulheres no Afeganistão e no Irã. Ele definiu esta conjuntura como “violações de direitos humanos mais indiscutíveis” na atualidade.

Turk disse que o discurso de ódio que tem as mulheres como alvo também atingem pessoas negras, judeus, muçulmanos, pessoas LGBTQIA+, refugiados, migrantes e integrantes de grupos minoritários e minorizados.

Ele alertou ainda, na véspera do Dia Internacional da Mulher , para "o alcance e a magnitude da discriminação contra mulheres e meninas".

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