Na enésima tragédia no Mar Mediterrâneo , ao menos 59 pessoas morreram após um naufrágio ocorrer na altura da costa da cidade italiana de Cutro , na região da Calábria , neste domingo (26).
Cerca de 50 migrantes conseguiram sobreviver nadando até a praia e relataram que a embarcação tinha entre 180 e 250 pessoas a bordo. Eles afirmaram ainda que a embarcação se partiu no meio por conta da forte agitação no mar.
Os corpos resgatados foram encontrados boiando na água ou nas areias da praia de Cutro e, entre as vítimas, há mulheres e crianças. Segundo as autoridades, 46 foram localizados na área conhecida como Steccato, na praia da cidade, local do incidente.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que sente uma "profunda dor por tantas vidas humanas abreviadas por traficantes de pessoas".
Com um governo que voltou a pressionar as ONGs humanitárias que atuam no resgate de pessoas em embarcações clandestinas e que está pressionando a União Europeia a agir mais efetivamente sobre o tema, Meloni ainda disse que "não é hora de especular sobre essas mortes". "O governo está comprometido a impedir as partidas e com isso a chance de tragédias como essa, e continuará a fazer isso, também exigindo o máximo de colaboração dos Estados de partida e proveniência", acrescentou.
Já a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das afetadas pelas medidas do governo italiano, criticou a falta de ação para socorrer as pessoas no mar.
"No Mediterrâneo, continua-se morrer de maneira incessante em um desolador vácuo na capacidade de socorro. A poucas dezenas de quilômetros das costas italianas, quando a meta está perante os olhos, naufragou o futuro de dezenas de pessoas que buscavam uma vida mais segura na Europa. É humanamente inaceitável e incompreensível porque estamos aqui assistindo tragédias evitáveis. É um soco no estômago", disse um dos representantes da MSF, Sergio Di Dato.
Conforme o porta-voz da Unicef Itália, Andrea Iacomini, "são mais de 25,8 mil mortos e desaparecidos desde 2014 ao longo da rota do Mediterrâneo Central, sendo 120 só em 2023 - incluindo muitas crianças". "Mas esse número é subestimado porque considera só os casos denunciados ou os corpos encontrados", pontua ainda.
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