Polícia descarta que jovem polonesa seja Madeleine McCann

Segundo a polícia da Polônia, uma investigação oficial foi iniciada após a repercussão do caso e já reúne provas de que a jovem não é a menina desaparecida

Jovem criou página no Instagram fazendo comparações entre ela e Madeleine McCann
Foto: Montagem iG / Imagens: reprodução internet / Instagram @ iammadeleinemccan
Jovem criou página no Instagram fazendo comparações entre ela e Madeleine McCann

A Polícia da Polônia descartou a possibilidade de Julia Wendell, que se apresenta como Julia Faustyna, de 21 anos , ser Madeleine McCann, menina britânica que desapareceu em 2007, em Portugal , onde passava as férias com os pais e irmãos. 

De acordo com os oficiais, a investigação oficial conduzida após a repercussão do caso já reúne provas suficientes de que a jovem mentiu ao alegar ser a menina desaparecida . "As ações realizadas pelos policiais até o momento contradizem a versão apresentada pela jovem. As atividades ainda estão em andamento, mas já é possível descartar que essa versão seja verdadeira", afirmou o porta-voz da polícia Pawel Noga.

No perfil criado pela jovem, ela publica fotos e vídeos comparando os traços físicos dela com os de Madeleine , apontando características semelhantes às da menina. Um  investigador que atuou no caso de McCann, entretanto, disse, em entrevista a uma rádio, que fez uma análise biométrica entre as duas e o processo mostrou "não haver semelhanças entre as feições".

A jovem chegou a dizer que os  pais de Madeleine, Gary e Kate McCann, teriam aceitado fazer o exame de DNA para ver se ela seria a menina desaparecida. Eles, no entanto, não se manifestaram oficialmente sobre o assunto.

Os pais de Julia, por outro lado, negaram o procedimento e disseram ter provas da infância da jovem, de que ela não é britânica, como documentos oficiais e fotos . Segundo eles, ela tem problemas psicológicos e recusa tratamento.

Em nota, os familiares da jovem alegaram que ela sempre quis ser famosa. De acordo com a família, ela já passou por profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras e fez uso de medicamentos.

"Julia já quis ser cantora, modelo. Ela sempre quis ser popular. O que está acontecendo agora deu a ela 1 milhão de seguidores. Temos medo de que Julia carregue o inevitável. A Internet não esquece, e é óbvio que Julia não é Maddie", disseram os familiares.

O caso

Julia Faustyna criou uma conta no Instagram  dizendo acreditar ser Madeleine McCann . A conta criada pela mulher já soma mais de 1,1 milhão de seguidores — número que cresce a cada dia. Ela mora em Bréslavia, na Polônia .

No perfil criado no Instagram , com o nome @iammadeleinemccan, Julia Faustyna diz ser ignorada pelos investigadores do Reino Unido e da Polônia , solicita um teste de DNA e pede para conversar com Kate e Gerry McCann, os pais de Madeleine.

Em uma das imagens, ela diz não se lembrar de parte de sua infância, mas tem a memória de quando passou "férias em um lugar quente, onde havia praia e prédios brancos ou muito claros". "Eu não vejo minha família nessa memória", afirmou, dizendo ter amnésia pós-traumática.

"Acho que posso ser a Madeleine. Estou em contato com uma pessoa da fundação polonesa de pessoas desaparecidas. Provavelmente farei teste de DNA, mas depende da decisão da polícia", escreveu ela no Facebook.

Em mensagens compartilhadas nas redes, a mãe de Faustyna disse que a filha está "armando um circo" e que ela precisa de ajuda psiquiátrica . "Eu vou vender a casa e nenhum de nós vai nem atender o telefone se você ligar, por tudo o que você fez e a vergonha que você me fez passar", escreveu a mãe dela.

Embora  Madeleine McCann tenha desaparecido há mais de 15 anos, o caso continua sendo um dos de maior repercussão , já que, até hoje, os investigadores ainda não sabem ao certo o paradeiro da criança.

Em 2022, o principal suspeito, o alemão Christian Brueckner, foi processado pela Justiça portuguesa acusado de cometer cinco crimes sexuais entre 2000 e 2017. Nenhum deles, porém, está relacionado ao desaparecimento de Madeleine.

Investigadores alemães acreditam que o  homem teria matado a menina após sequestrá-la do apartamento em que estava hospedada na Praia da Luz, de acordo com o Ministério Público de Braunschweig.  Brueckner foi declarado suspeito oficialmente somente no ano passado , mas já é investigado por autoridades do país há dois anos.

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