O governo russo rejeitou, nesta quinta-feira (09), as conclusões internacionais acerca das investigações da queda do voo MH17, da empresa Malaysia Airlines. No documento contestado pelo Kremlin, diziam haver "fortes indícios" do envolvimento de Vladimir Putin no incidente.
Os promotores internacionais afirmaram que a cidade de Haia possui informações que mostram "fortes indícios" de que Putin teria aprovado o uso de sistemas de mísseis russos BUK, que foram os utilizados para derrubar o avião no leste da Ucrânia em 2014.
O avião foi abatido em 2014 através de mísseis BUK, enquanto voava na rota Amsterdã a Kuala Lumpur, no dia 17 de julho. Não houve sobreviventes no incidente, deixando 298 mortos entre passageiros e tripulantes.
Moscou reagiu pela primeira vez as acusações através do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que afirmou que o país "não pode aceitar" tais resultados. Ele diz que a Rússia deveria ter participado dos processos de investigação. Outro ponto questionado foi o fato dos investigadores não apresentarem provas publicamente.
Os promotores trazem como provas telefonemas interceptados para as conclusões, mas ressaltam que as provas que evidenciam os envolvimentos de Putin e autoridades russas são insuficientes para uma condenação criminal, o que levou a suspensão da investigação.
Rapidamente a Rússia negou o envolvimento no caso, e o Kremlin reforçou rejeitando as evidências apresentadas pelos promotores.
"Sabemos que foi publicada uma gravação de um suposto telefonema... em que não se fala uma única palavra sobre armas. Mesmo supondo que essa conversa seja real... não há uma palavra sobre armas. Ninguém publicou mais nada, então é impossível dizer qualquer coisa", afirmou Peskov.