Após desembarcar internacionalmente pela primeira vez desde as eleições, com rumo à Buenos Aires , na Argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará participação na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos ( Celac ) nesta terça-feira (24).
O Brasil anunciou sua saída do bloco há dois anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O Ministério das Relações Exteriores informou o retorno do país à Celac no dia 5 de janeiro.
Entenda o que é a Celac
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos é um bloco criado no México, composto por 33 países. Apesar de sua criação ter ocorrido em 2010, a oficialização do grupo só aconteceu em 2011.
O bloco tem como objetivo integrar os países da América Latina e Caribe, estabelecendo uma coordenação política, econômica e social dos países. Juntos, eles discutem diversas pautas visando o protagonismo e a autonomia dos países membros.
A inspiração para a criação da Celac se deu com o surgimento do chamado Grupo de Contadora, formado por México, Venezuela, Colômbia e Panamá. Na época, os países eram oposição à política intervencionista do então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.
O Brasil se juntou ao grupo em 1985, bem como Argentina, Peru e Uruguai. Com isso, surge o Grupo do Rio, que tinha como principal objetivo fortalecer a democracia e o desenvolvimento econômico e social.
Mais países se aliaram ao grupo nos anos seguintes: Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador, Nicarágua e Paraguai. Com a expansão de governos progressistas na América Latina em 2008, surge a chamada "onda rosa".
Lula, que era presidente na época, convocou um encontro com líderes da região na Costa do Sauípe, na Bahia. Este foi a primeira vez que governos latino-americanos e caribenhos se reuniram sem a participação dos Estados Unidos ou Europa.
Participaram os países membros da Mercosul, União de Nações Sul-Americanas (Unasul), América Latina e Caribe. Em debate, estava a substituição da Organização dos Estados Americanos (OEA) por uma instituição que não sofresse tanta influência dos norte-americanos.
O governo de Jair Bolsonaro retirou o Brasil da Celac, por divergências políticas e ideológicas com Cuba e Venezuela. O protagonismo no bloco, que antes era do Brasil, passou a ser disputado por países como Chile, México e Argentina, que ocupa hoje a presidência do grupo.
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