Nesta quarta-feira (7), um homem condenado por assassinato foi executado em público no Afeganistão , sendo a primeira sentença desse tipo a ser realizada pelo Talibã desde a tomada de poder no país, em agosto de 2021 .
"O tribunal supremo foi instruído a aplicar esta ordem de qisas durante uma reunião pública dos moradores", declarou o porta-voz do Talibã , Zabihullah Mujahid, em comunicado, citando uma lei islâmica.
De acordo com o qisas — princípio islâmico semelhante à lei de talião —, o criminoso deve sofrer uma pena igual ao dano que ele causou.
O condenado, Tajmir, filho de Ghulam Sarwar, morava no distrito de Anjil, na província de Herat, na parte oeste do país, conforme o comunicado divulgado.
O líder do Talibã , Hibatullah Akhundzada, comunicou, no mês passado, que ordenou que os juízes implementassem completamente todos os aspectos da lei islâmica , como o apedrejamento, açoitamento, amputação a ladrões e as execuções públicas .
Desde então, diversas pessoas foram chicoteadas publicamente pelas autoridades do grupo e, hoje, a primeira foi executada em Farah, capital da província de mesmo nome.
Tomada de poder pelo Talibã
O grupo extremista tomou conta de Cabul, capital do Afeganistão em 15 de agosto de 2021 . Na ocasião, diplomatas da embaixada dos Estados Unidos foram levados por helicópteros militares ao aeroporto. A bandeira norte-americana que ficava no prédio foi retirada.
As últimas tropas dos EUA deixaram o país em 30 de agosto . A saída dos norte-americanos do Afeganistão já havia sido anunciada pelo presidente Joe Biden, logo após a tomada de Cabul pelo Talibã .
À época, o Talibã divulgou um comunicado dizendo que não tinha intenção de entrar militarmente na cidade, mas que a saída de policiais, de membros das forças de segurança e de integrantes do governo deixou a população sem proteção, o que teria justificado a entrada.
Promessas feitas pelos porta-vozes do grupo, no entanto, não têm sido cumpridas pelos membros do grupo desde então, como a tomada de ações mais "leves" que não interferissem nas liberdades individuais, principalmente nos direitos das mulheres no país .
Nas redes, circulavam imagens de civis tentando deixar o país pendurados em aviões militares dos Estados Unidos e relatos sobre o medo constante que assola a população.
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