Morte de jornalista: Al Jazeera denuncia Israel no Tribunal de Haia

Shireen Abu Akleh foi morta em maio deste ano, na Cisjordânia, enquanto cobria uma operação militar israelense

Cartazes com fotos da jornalista palestina Shireen Abu Akleh
Foto: Foto: Courtesy of UN - 20.06.2022
Cartazes com fotos da jornalista palestina Shireen Abu Akleh

A emissora Al Jazeera anunciou nesta terça-feira (6) que denunciou Israel ao Tribunal Penal Internacional de Haia pela morte da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh , assassinada em maio passado em Jenin, na Cisjordânia, em confrontos com o Exército.

Segundo a imprensa local, a TV do Catar tem novas evidências que mostram que soldados israelenses atiraram diretamente contra a jornalista, atingida por um tiro na cabeça em 11 de maio, enquanto fazia sua cobertura usando um colete à prova de balas com a palavra "press" ("imprensa") e capacete.

"A tese de que Shireen foi morta por engano em uma troca de golpes é totalmente infundada", disse a rede, especificando que as novas provas se baseiam em depoimentos inéditos de pessoas no local, na análise de vídeos e provas forenses.

Em 5 de setembro, o Exército de Israel admitiu que existe uma "grande possibilidade" de que a jornalista tenha sido morta por uma bala disparada por um soldade israelense. A conclusão consta em um relatório divulgado pelas Forças de Defesa de Israel.

Hoje, após a decisão da emissora, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, sugeriu que "autoridades internacionais e representantes da Al Jazeera investiguem o que está acontecendo com os jornalistas no Irã e nas regiões vizinhas onde a TV opera".

Depois de recordar que "o cenário" dos acontecimentos foi "de guerra e que foi exaustivamente investigado", Gantz ressaltou que "não há outro exército que opere sob padrões morais como o israelense".

EUA se opõem à decisão da emissora

Os Estados Unidos "se opõem" à decisão da Al Jazeera de pedir ao Tribunal Penal Internacional de Haia que investigue Israel e seu exército pela morte da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh .

A informação foi divulgada pelo porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em uma coletiva de imprensa. Ele explicou ainda que os EUA acreditam que o Tribunal Penal Internacional "não tem competência para investigar" questões palestinas porque Israel não faz parte e, portanto, não reconhece sua jurisdição.

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