Irã anuncia balanço de mais de 300 mortos desde início dos protestos

Atos começaram após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, detida pela polícia da moralidade pelo mau uso do véu islâmico

Irã anuncia balanço de mais de 300 mortos desde início dos protestos
Foto: Unsplash/Artin Bakhan
Irã anuncia balanço de mais de 300 mortos desde início dos protestos

Irã anunciou, nesta terça-feira (29), que mais de 300 pessoas morreram durante os protestos que ocorrem desde de setembro, após a morte de Mahsa Amini.

A jovem curda, que passeava com a família em Teerã, morreu sob custódia da polícia três dias após ser presa, provocando uma onda de manifestações no país.

Segundo autoridades locais, dezenas de policiais, soldados e integrantes de grupo paramilitares morreram em confrontos com manifestantes ou foram assassinados.

Ao mesmo tempo, a ONG Iran Human Rights afirma que a "repressão dos protestos no Irã" deixou pelo menos 416 mortos. O número inclui mortes em atos nas últimas semanas.

Desde a morte de Amini, em 16 de setembro, milhares de iranianos e 40 estrangeiros foram detidos — a ONU estima que o número total de detidos passe de 14 mil — e mais de 2 mil pessoas foram formalmente indiciadas.

Entre os réus, seis foram condenados à morte em primeira instância e seu destino agora depende da Suprema Corte, que deve se pronunciar sobre os recursos de apelação. Outras 21 pessoas, incluindo uma mulher, enfrentam acusações que podem levá-las à forca, segundo a Anistia Internacional.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, todas as mulheres são obrigadas por lei a cobrir seus cabelos em público com um véu e a usar roupas consideradas discretas, e a polícia da moralidade patrulha as ruas para verificar o cumprimento da norma. Nas últimas duas décadas, contudo, tem sido cada vez mais comum ver mulheres sem o hijab na capital e em outras grandes cidades iranianas.

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