A líder das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, faleceu, neste domingo (20), aos 93 anos. Bonafini teve alta no dia 13 de outubro, depois de passar três dias internada. A causa da morte não foi esclarecida.
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, lamentou a morte da líder em suas redes sociais. "Querida Hebe, Mãe da Plaza de Mayo, símbolo mundial da luta pelos direitos humanos, orgulho da Argentina. Deus te chamou no Dia da Soberania Nacional... não deve ser coincidência. Simplesmente obrigada e até sempre", escreveu.
O presidente argentino Alberto Fernández também lamentou a morte, dizendo que o país se despede com profunda dor e respeito de Hebe de Bonafini, "incansável lutadora pelos direitos humanos".
Entenda
No dia 30 de abril de 1977, em plena ditadura militar na Argentina, 14 mulheres se reuniram na Praça de Maio, em frente à sede do governo, para protestar por seus filhos desaparecidos, iniciando assim mais de 40 anos de uma luta incansável.
Desde aquele dia, o número de mulheres que se reunia todas as quintas-feiras para exigir informação sobre os desaparecidos foi aumentando e, em 14 de maio de 1978, foi criada a Associação das Mães da Praça de Maio.
Bonafini nasceu em 4 de dezembro de 1928. Em 29 de dezembro de 1942, aos 14 anos, casou-se com Humberto Alfredo Bonafini, com quem teve três filhos: Jorge Omar, Raúl Alfredo e María Alejandra.
Em 8 de fevereiro de 1977, durante a ditadura cívico-militar, seu filho Jorge Omar foi sequestrado em La Plata. Um ano depois, em 25 de maio de 1978, a ditadura militar também sequestrou a sua nora María Elena Bugnone Cepeda, esposa de Jorge.
Em 1979, tornou-se presidente da Associação Mães da Praça de Maio e, desde então, era reconhecida como uma influente ativista de direitos humanos.