O governo holandês convocou nesta sexta-feira (18), o embaixador russo na Holanda, para uma conversa acerca da resposta de Moscou ao veredito no julgamento sobre a queda do voo MH17 em 2014. O governo chamou a afirmação russa de "totalmente desprezível".
Na última quinta-feira (17), a Rússia contestou a decisão do tribunal holandês que condenou dois ex-agentes da inteligência russa e um líder separatista ucraniano pela queda do avião que deixou 298 mortos. Segundo a Rússia , a decisão "negligenciou a imparcialidade".
O chanceler holandês , Wopke Hoekstra, disse que tais comentários são completamente fora da realidade, acrescentando que "a própria Rússia viola as leis internacionais de todas as formas", se referindo a guerra que o país vem travando contra a Ucrânia a cerca de nove meses.
"Temos que mostrar que respeitamos o estado de direito e temos um Judiciário independente", disse o chanceler ao jornal holandês AD.
O voo MH17 , da empresa Malaysian Airlines, foi abatido no dia 17 de julho de 2014 em território ucraniano. Ele estava fazendo a rota Amsterdã-Kuala Lumpur, quando passou pelo local em que ocorria o conflito entre separatistas pró- Rússia e as forças militares do governo da Ucrânia. Este era um precursor da guerra que viriam travar em 2022.
No relatório da decisão, o tribunal holandês afirma não haver dúvidas da origem dos mísseis que atingiram o avião, sendo de um sistema russo e que o país tinha "controle geral" das forças separatistas localizadas na região em 2014.