Coreia do Norte faz disparo de dois mísseis balísticos no mar

Movimento acontece em meio a tensões de teste nuclear por parte do Norte

Coreia do Norte lança míssil balístico de curto alcance
Foto: Divulgação/Rodong Sinmun
Coreia do Norte lança míssil balístico de curto alcance

Nesta sexta-feira (28), a Coreia do Norte disparou dois  mísseis balísticos de curto alcance em sua costa leste, de acordo com a Coreia do Sul. A ação ocorre enquanto o país liderado por Kim Jong-un encerra quase duas semanas de grandes exercícios militares.

O lançamento também se deu em um momento de tensão de que a Coreia do Norte esteja preparando seu primeiro teste nuclear desde 2017. 

Os mísseis foram disparados da área de Tongcheon, na província de Gangwon, na costa leste da Coreia do Norte, segundo o Estado-Maior Conjunto do Sul (JCS).

Na última segunda (24), os dois países trocaram tiros de advertência na costa oeste,  enquanto um acusava o outro de violação de fronteira marítima ocidental.

O Estado-Maior Conjunto do Sul (JCS) afirmou ter transmitido avisos e, depois, disparou tiros para espantar o navio mercante norte-coreano que teria cruzado a Linha de Limite Norte (NLL), durante a tarde do domingo (23).

Já as autoridades do Norte, disseram ter disparado 10 projéteis de artilharia “com o pretexto de rastrear um navio não identificado”, de acordo com a mídia estatal, após um navio sul-coreano ter violado a NLL.

Em comunicado de hoje, o JCS disse que os "militares estão mantendo uma postura de prontidão total", acrescentando ter intensificado o monitoramento e a segurança, em ação coordenada com os Estados Unidos.

Nesta sexta, as tropas sul-coreanas vão encerrar os exercícios de campo de 12 dias do Hoguk 22. Ao mesmo tempo, as aeronaves sul-coreanas e norte-americanas devem começar os exercícios na próxima segunda-feira (31).

Coreia do Norte afirmou que seus últimos lançamentos foram uma forma de protesto contra os exercícios conjuntos do sul, o que chamaram de provocativos e se referiram como um ensaio a uma invasão.

Em defesa, a Coreia do Sul e os EUA dizem que as ações são defensivas e necessárias para combater as ameaças feitas pelo Norte.

Os EUA vêm afirmando que o Norte pode estar prestes a retomar os testes de bombas nucleares pela primeira vez, desde 2017. Além disso, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse que o país de Kim Jong-un já completou os preparativos técnicos para uma explosão subterrânea no local de testes, que, de acordo com ele, estava fechado desde 2018. 

Lei de armas nucleares

No início de setembro, a Coreia do Norte aprovou uma nova lei que se autodeclara um Estado com armas nucleares em um movimento que Kim Jong-un disse ser "irreversível".

De acordo com a mídia estatal norte-coreana, Kim afirmou que o país "nunca desistiria" das armas nucleares e que, após a aprovação da lei, não poderia haver negociações sobre a desnuclearização.

A medida também faz com que Pyongyang tenha o direito de usar ataques nucleares preventivos como forma de se proteger. Anteriormente, a capital norte-coreana havia dito que manteria as armas nucleares até que outros países se desnuclearizassem, e que não as usaria preventivamente contra estados não-nucleares.

A Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestou sobre a lei, cobrando a reabertura do diálogo de desnuclearização da Coreia do Norte .

"Aumentar o papel e o significado das armas nucleares é contrário às décadas de esforços da comunidade internacional para reduzir e eliminar os riscos atômicos. Faço um apelo à Coreia do Norte para retomar o diálogo com as partes interessadas a fim de atingir uma paz sustentável e a completa e verificável desnuclearização da península", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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