Nesta terça-feira (4), o vice-chanceler russo, Yevgeny Ivanov, disse que as pessoas que moram nas regiões ucranianas que foram anexadas pela Rússia têm um mês para mudar de cidadania .
"A mesma coisa aconteceu com a Crimeia. Dentro de um mês eles devem decidir, tomar uma decisão", afirmou Ivanov à agência de notícias estatal RIA Novosti . De acordo com ele, nos novos territórios, a emissão de documentos vai ser acelerada.
O Kremlin informou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve assinar ainda hoje os documentos sobre a anexação ilegal das quatro regiões ucranianas: Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia .
Esta seria a última etapa do processo de anexação dos territórios, segundo o sistema jurídico russo. A anexação é vista como ilegal sob o direito internacional.
Putin realizou a cerimônia de anexação unilateral das regiões ucranianas na última sexta-feira (30) e exaltou a história da União Soviética e a "vontade popular" para justificar a medida.
"Não há mais a URSS e você não pode voltar ao passado. Mas não há nada mais forte do que o desejo das pessoas de que sua cultura e linguagem serem partes da Rússia. Eles tinham o desejo de retornar para a pátria-mãe. O amor pela Rússia é um sentimento indestrutível [...] O povo fez sua escolha, uma escolha limpa", afirmou aos presentes.
Nenhum país internacional de grande porte ou organização internacional, como a Organização das Nações Unidas (ONU) , no entanto, reconhecem os referendos feitos por Moscou nas quatro áreas ucranianas e afirmam que não há nenhuma base legal para as anexações.
O secretário-geral da ONU , António Guterres, disse a organização considera este tipo de referendo ilegítimo e que estes atos vão na contramão do que a comunidade internacional deveria defender.
"Os chamados referendos nas regiões ocupadas foram realizados durante o conflito armado ativo, em áreas sob ocupação russa e fora do quadro legal e constitucional da Ucrânia", disse.
Guterres disse que a organização está totalmente comprometida com a soberania, unidade, independência e integridade territorial da Ucrânia, “dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, de acordo com as resoluções relevantes da ONU”.
No Conselho de Segurança, a Ucrânia disse ter todo o direito de retomar os territórios após o que chamou de referendo ilegal em reunião realizada no início da semana. Para o líder da ONU, qualquer decisão da Rússia de avançar comprometerá ainda mais as perspectivas de paz.
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