Marinha ajudará nas buscas por desaparecidos após desabamento da ponte

Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados de Tocantins e Maranhão, desabou na tarde de domingo (22)

Bombeiros fazem buscas por desaparecidos no rio Tocantins
Foto: BOMBEIROS MILITAR/GOVERNO DO TOCANTINS
Bombeiros fazem buscas por desaparecidos no rio Tocantins

Mergulhadores da Marinha vão integrar as buscas por vítimas no Rio Tocantins , no trecho sob a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira , que desabou no domingo (22) na divisa entre o Maranhão e o Tocantins .  

O anúncio foi feito pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, na tarde desta segunda-feira (23). Ele informou que o pedido por reforços foi atendido pelo almirante Marcos Olsen, comandante da Marinha.

"Acabo de ser informado pelo comandante da Marinha, Almirante Olsen, que nossa solicitação de equipe de mergulho para realizar as buscas no local do colapso da ponte foi atendida. Os profissionais da Marinha estarão prontos para atuar já amanhã cedo. Seguiremos vigilantes e acompanhando todas as ações necessárias", declarou o ministro em suas redes sociais.

Desaparecidos e buscas


Quinze pessoas seguem desaparecidas após o desabamento da ponte, que também resultou na queda de oito veículos.

Uma morte foi confirmada até o momento. A Defesa Civil havia informado três vítimas fatais no início da tarde, mas corrigiu o número mais tarde.

As buscas pelos desaparecidos foram retomadas pelos bombeiros nesta segunda-feira, mas estão sendo realizadas apenas com botes devido à presença de ácido sulfúrico derramado por um dos caminhões. O produto químico representa um risco à segurança das equipes e impede o uso de mergulhadores no momento.


Contaminação



O Governo do Tocantins emitiu um alerta para a cidade de Aguiarnópolis para que os moradores evitem contato com a água do Rio Tocantins . A informação foi divulgada após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira , que faz a ligação entre o município com a cidade de Estreito , no Maranhão , neste domingo (22).

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado Do Tocantins (Semarh), alerta outros dez municípios do Tocantins e oito do Maranhão, que estão às margens do rio, onde pode ter a presença da água contaminada. Veja a lista dos municípios.

Tocantins

  • Aguiarnópolis
  • Maurilândia do Tocantins
  • Tocantinópolis
  • São Miguel do Tocantins
  • Praia Norte
  • Carrasco Bonito
  • Sampaio
  • Itaguatins
  • São Sebastião do Tocantins
  • Esperantina


Maranhão

  • Estreito
  • Porto Franco
  • Campestre
  • Ribamar Fiquene
  • Governador Edson Lobão
  • Imperatriz
  • Cidelândia
  • Vila Nova dos Martírios
  • São Pedro da Água Branca


Procura por desaparecidos


As buscas pelos desaparecidos foram interrompidas após o derramamento de ácido sulfúrico de um dos caminhões envolvidos no desabamento. Amostras de água estão sendo analisadas para verificar se o material tóxico ainda está presente no rio Tocantins.  

“Precisamos saber a qualidade da água para que possamos colocar as nossas equipes de mergulhadores, que já estão aqui. Temos mergulhadores, equipamentos, embarcações e todo o efetivo pronto para localizar os veículos e as vítimas que estão dentro deles”, explicou o coronel Magnum Coelho, responsável pelo resgate.

Entre as vítimas fatais está Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, que foi filmada passando de moto pela ponte segundos antes do desabamento. As outras duas vítimas ainda não foram identificadas. Quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas estavam na parte da ponte que caiu.


MPF investiga impactos socioambientais

O Ministério Público Federal (MPF) do Pará abriu nesta segunda-feira (23) um inquérito civil para apurar as consequências socioambientais e os riscos à saúde pública causados pelo desabamento parcial da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. A estrutura, que conecta os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), sofreu o colapso no último domingo, lançando vários veículos ao rio

O MPF solicitou, em caráter de urgência, informações preliminares e estudos técnicos a órgãos ambientais sobre a qualidade da água do rio e os possíveis impactos na biodiversidade e no abastecimento das comunidades locais.

Além disso, requisitou ao Instituto Evandro Chagas, ao Museu Emílio Goeldi e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) análises sobre a viabilidade de realizar estudos para avaliar os danos causados pelo derramamento de produtos químicos no rio.

Segundo o MPF, o incidente representa “graves riscos à saúde das populações que vivem próximas à margem do rio Tocantins, especialmente de comunidades ribeirinhas e tradicionais, que utilizam o rio como fonte de subsistência”.
Nesta segunda-feira, órgãos ligados às secretarias municipais e estaduais de Meio Ambiente do Tocantins, Maranhão e Pará emitiram alertas para que a população evite o contato com a água do rio Tocantins. O comunicado destaca que o contato apresenta alto risco à saúde pública devido à contaminação química.