A Rússia decidiu suspender "temporariamente" as inspeções dos Estados Unidos em suas instalações no âmbito do tratado New Start, que firma uma limitação das armas nucleares, informou o Ministério das Relações Exteriores em nota divulgada pela agência estatal Tass nesta segunda-feira (8).
"Em 8 de agosto de 2022, a Federação Russa informou oficialmente aos Estados Unidos da América, por meio de canais diplomáticos, que nosso país está retirando temporariamente suas instalações sujeitas a inspeções sob esse tratado das atividades de inspeções. Essa isenção também se aplica às instalações contratadas", diz o comunicado repercutido pela agência.
A nota ainda afirma que Moscou continuará a respeitar todos os limites do acordo, que é válido até 2026, mas "se reserva ao direito de retomar as inspeções de posições mais realistas".
Além disso, o governo russo aponta que esse "é o instrumento mais importante para manter a segurança e a estabilidade internacionais", porém, pontua que há "questões problemáticas" nesse quesito.
"Após a resolução das questões problemáticas existentes sobre a retomada das atividades de inspeção do tratado, as isenções anunciadas por nós serão imediatamente canceladas, e poderão ser retomadas novamente na íntegra. Estamos prontos para atingir esse objetivo e esperamos uma abordagem semelhante do lado americano", ressalta o ministério.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New Start), assinado pela primeira vez em 2010, é o único sobre o tema entre as duas potências ainda em vigor e havia sido renovado pela última vez em janeiro de 2021 por Joe Biden e Vladimir Putin. Basicamente, além das inspeções, o texto limita que cada um dos países tenham, no máximo, 1.550 ogivas nucleares e 700 mísseis em condições de uso.
O anúncio é mais um episódio de aumento de tensão entre os dois países, que se intensificaram de maneira profunda desde a decisão de Putin de invadir a Ucrânia, em fevereiro deste ano.
Por conta disso, Washington impôs inúmeras sanções a milhares de empresas e pessoas ligadas ao Kremlin por seu apoio econômico, político e até religioso da guerra no país vizinho.
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