A Agência Espacial da Malásia (MYSA) confirmou que os detritos do foguete chinês Long March 5B foram detectados no espaço aéreo do país por volta das 0h55 da manhã deste domingo, na hora local. Em um comunicado à imprensa, a MYSA informou que os destroços caíram no Mar de Sulu.
"Os restos do foguete pegaram fogo ao entrar no espaço aéreo da Terra e o movimento dos destroços em chamas também cruzou o espaço aéreo da Malásia e foi detectado em várias áreas, inclusive cruzando o espaço aéreo ao redor do estado de Sarawak", diz a nota.
A Força Espacial dos EUA confirmou que o que alguns primeiro confundiram com meteoros era de fato o foguete. No Twitter, o órgão militar americano afirmou que "pode confirmar que a Longa Marcha 5B (CZ-5B) da República Popular da China (RPC) entrou no Oceano Índico em aprox. 10h45 MDT em 30/07".
Jonathan McDowell, astrofísico do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, também confirmou a queda dos destroços do foguete na Malásia. Ele compartilhou vídeos nas redes sociais.
Reentry looks to have been observed from Kuching in Sarawak, Malaysia. Debris would land downrange in northern Borneo, possbily Brunei. [corrected] https://t.co/sX6m1XMYoO
— Jonathan McDowell (@planet4589) July 30, 2022
McDowell fez críticas à forma como o foguete voltou para a Terra. Em entrevista à rede de televisão americana CNN, ele afirmou que "nenhum outro país deixa essas coisas de 20 toneladas em órbita para reentrar de maneira descontrolada".
O diretor da agência espacial americana (NASA), Bill Nelson, também usou as redes sociais para criticar o governo chinês. "A República Popular da China não compartilhou informações específicas de trajetória quando seu foguete Long March 5B caiu de volta à Terra. Todas as nações com programas espaciais devem seguir as melhores práticas estabelecidas e fazer sua parte para compartilhar esse tipo de informação com antecedência para permitir previsões confiáveis do risco potencial de impacto de detritos, especialmente para veículos pesados, como o Long March 5B, que carregam um risco significativo de perda de vidas e propriedades", escreveu, no Twitter.
Suspected rocket debris at Sibu Sarawak Area pic.twitter.com/xIROJGM0PD
— tang (@tanghenry3) July 30, 2022
A Agência Espacial da China disse, por meio de nota, que os restos do foguete retornou à atmosfera por volta das 12h55 de domingo, horário de Pequim. E acrescentou que a maioria dos destroços foi queimada durante o processo de reentrada no Mar de Sulu, que fica entre a ilha de Bornéu e as Filipinas.
#China :The debris of the upper stage of the Long March 5B Y3 rocket ( #CZ5B ) has re-entered the atmosphere in #Sulu sea around 119.0°E, 9.1°N, and most of the components have been burnt out during re-entry. pic.twitter.com/StX0QDmYiA https://t.co/WgrJXtD7dX
— Wᵒˡᵛᵉʳᶤᶰᵉ Uᵖᵈᵃᵗᵉˢ𖤐 (@W0lverineupdate) July 30, 2022
O foguete chinês Long March 5B, de 23 toneladas, decolou da ilha de Hainan às 14h22, horário local, no último domingo, 24 de julho. O artefato foi usado para lançar uma espaçonave não tripulada, chamada Wentian, carregando o segundo dos três módulos que a China precisava para completar sua nova estação espacial Tiangong.
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