Em encontro com líderes árabes em Jeddah, na Arábia Saudita, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste sábado (16) que seu país não se afastará do Oriente Médio para não ceder a influência americana a outras potências mundiais.
"Não vamos nos afastar e não deixaremos um vazio que possa ser preenchido pela China, Rússia, ou Irã", declarou Biden durante a cúpula que ocorre na última parada da viagem do democrata ao Oriente Médio.
Além dos EUA, a cúpula reúne os membros do Conselho de Cooperação do Golfo, incluindo Egito, Jordânia e Iraque. Durante o evento, Biden confirmou que seu governo irá destinar uma nova ajuda de US$1 bilhão para combater a insegurança alimentar no Oriente Médio e no Norte da África.
"Estamos comprometendo coletivamente bilhões de dólares para aliviar a crise alimentar aqui na região", anunciou.
Biden ainda destacou uma medida relacionada à segurança energética, ressaltando que concorda com "a necessidade de garantir suprimentos adequados para atender às necessidades globais".
"Os produtores de energia já aumentaram a produção e estou ansioso para ver o que está por vir nos próximos meses", acrescentou.
Já em relação à crise climática, o presidente dos EUA disse estar "investindo coletivamente centenas de bilhões de dólares em iniciativas de energia limpa".
Emirados Árabes e Egito
Hoje, Biden também convidou o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os Estados Unidos.
De acordo com a imprensa local, a iniciativa é um gesto amigável após meses de reportagens tensas sobre a guerra na Ucrânia e outras questões.
"Os desafios que você enfrenta hoje tornam o tempo juntos muito mais importante. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos", disse Biden depois que os dois se encontraram à margem de uma reunião de líderes árabes na Arábia Saudita.
Durante o encontro, o líder americano também se reuniu, pela primeira vez, com o chefe de Estado egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, informou o porta-voz do Egito, Bassam Radi.
Na reunião bilateral, Biden ressaltou "a aspiração do governo dos EUA", entre outras coisas, de "fortalecer a coordenação e a consulta estratégica entre os dois países amigos e desenvolvê-la, sobretudo à luz do papel central do Egito na região, um pilar fundamental para a manutenção da paz e da segurança".
Em publicação divulgada no Facebook, o porta-voz egípcio disse que Sisi demonstrou "o entusiasmo do Egito em reforçar as excelentes relações de parceria" e enfatizou a "parceria na promoção da paz e da estabilidade" no Oriente Médio.
Os dois presidentes conversaram duas vezes por telefone no ano passado para "debater as tensões entre israelenses e palestinos e um cessar-fogo mediado pelo Egito entre Israel e as facções palestinas no enclave de Gaza".
Radi explicou ainda que a reunião "focou uma revisão dos aspectos da cooperação bilateral entre Egito e Estados Unidos, em vários campos" e também "como lidar com as repercussões" da crise global de "alimentação" e "energia".
Os dois líderes "discutiram também a questão palestina e como relançar o processo de paz", bem como a "questão da barragem etíope do Renascimento" (Gerd) que reduzirá o fluxo de água disponível para o Egito".
Segundo a nota, Sisi "afirmou a firme posição do Egito sobre a necessidade de chegar a um acordo jurídico vinculativo para o processo de enchimento e gestão da barragem de modo a preservar a segurança da água egípcia".
A imprensa norte-americana já informou que Biden já deixou a Arábia Saudita com destino a Washington.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.