Representantes de cerca de 40 países e organizações internacionais firmaram, nesta terça-feira, uma série de compromissos e princípios que deverão guiar o processo de reconstrução da Ucrânia pós-guerra. Segundo Kiev, serão necessários cerca de € 750 bilhões (R$ 4,15 trilhões) , mas ainda não foram feitas promessas para ajudar as autoridades locais a levantar esse dinheiro.
Além de celebrarem a própria realização da conferência, na cidade suíça de Lugano, os participantes assinaram uma declaração ao final dos dois dias de reunião, na qual se comprometem a ajudar a Ucrânia neste longo caminho para a reconstrução, e destacam que o próprio país deve estar à frente do processo.
Mas ao contrário de conferências similares, realizadas após guerras como a do Afeganistão e Iraque, os presentes não fizeram ofertas de doações ou linhas de crédito para Kiev — ao invés disso, destacaram que o país precisa, além de dinheiro, se comprometer com reformas estruturais.
Antes do conflito, o ranking global da percepção da corrupção ONG Transparência Internacional afirmava que a Ucrânia era o segundo país mais corrupto da Europa, na 122ª posição, atrás apenas da Rússia (136º).
No encontro, os participantes expressaram o temor de que o dinheiro poderia facilmente ser desviado para outras atividades menos nobres, como mansões e viagens de luxo, e declararam que, ao longo do processo de reconstrução, a corrupção "deve ser erradicada".
Os signatários da Declaração de Lugano defenderam ainda que a recuperação seja “transparente e preste contas ao povo ucraniano”, de forma que o processo de reconstrução seja “sustentável” e “inclusivo”.
Em sua intervenção, o premier ucraniano, Denys Shymhal, afirmou que as autoridades em Kiev estão preparadas para “agir de forma rápida e séria”.
"Tenho a certeza de que, em um ano, não falaremos mais de um rascunho de um plano [de reconstrução], mas sim de resultados, de projetos de sucesso e de oportunidades concretizadas", afirmou Shymhal, se referindo à próxima conferência sobre a reconstrução, prevista para ocorrer no Reino Unido em 2023.
Segundo ele, serão necessários € 750 bilhões para reconstruir o país após o conflito iniciado no dia 24 de fevereiro.
"Precisamos fazer o possível para que tudo que foi destruído seja melhor do que era antes", declarou Shymhal.
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