Os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assinaram nesta terça-feira (5) os protocolos de adesão de Finlândia e Suécia, etapa que dá início ao processo de ratificação pelos parlamentos dos 30 integrantes da aliança militar.
"Esse é um dia histórico para a Otan, para a Suécia e para a Finlândia. Juntos seremos mais fortes, e nossas populações, mais seguras", disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, em pronunciamento em Bruxelas.
"Confio agora em um processo rápido de ratificação", acrescentou o norueguês.
Os líderes dos países-membros formalizaram o convite a Helsinque e Estocolmo no último dia 29 de junho, após a Turquia ter retirado suas objeções ao ingresso das duas nações escandinavas, a quem acusava de dar abrigo a separatistas curdos.
Ancara diz que vai enviar pedidos de extradição referentes a 33 membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e do grupo acusado de envolvimento com o golpe fracassado de 2016, sendo que 21 estão na Suécia, e 12, na Finlândia.
No entanto, a ministra sueca das Relações Exteriores, Ann Linde, disse nesta terça-feira que não existe "uma lista específica" de pessoas a serem extraditadas para a Turquia.
"As autoridades responsáveis pela extradição recebem os pedidos e os avaliam segundo os procedimentos, e depois a Suprema Corte toma a decisão. Não há outras vias legais, respeitaremos a lei sueca e o direito internacional", garantiu.
Segundo Linde, o memorando assinado por Finlândia, Suécia e Turquia na semana passada aumentará a "cooperação" entre os países na luta contra o terrorismo.
Helsinque e Estocolmo mantinham uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e a Rússia, porém abandonaram essa estratégia depois da invasão à Ucrânia.
A guerra movida pelo regime de Vladimir Putin levantou temores de ataques contra outros países europeus que hoje não fazem parte da Otan, como é o caso da própria Ucrânia.
Moscou, por sua vez, já disse que o ingresso das nações escandinavas na aliança não representa por si só uma ameaça, mas deixou claro que sua reação vai depender da presença militar da organização, especialmente na Finlândia, que compartilha 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia.
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