A coalizão do presidente da França, Emmanuel Macron, e a aliança de esquerda Nupes, sigla da Nova União Popular Ecológica e Social — que fora formada para fazer frente ao líder francês —, empataram no primeiro turno das eleições legislativas neste domingo, segundo apontou a boca de urna divulgada logo após o fechamento das urnas.
Estimativas da Ipsos-Sopra Steria para veículos jornalísticos franceses apontaram um recorde na abstenção na votação deste domingo, de 52,8%, durante a 5ª República, em vigor desde 1958.
Apesar de ser precisa ao apontar a proporção de votos nos partidos e nas alianças, a boca de urna ainda não consegue adiantar o número de assentos que cada sigla conquistará na Assembleia Nacional, já que o pleito parlamentar tem segundo turno — que será realizado no próximo domingo, 19 de junho.
No total, todas as 577 cadeiras da Assembleia Nacional estão em jogo para um mandato de cinco anos no pleito iniciado neste domingo. Para Macron conseguir implementar seu programa de reformas sem depender de coalizões, seu grupo Ensemble! (juntos) — formado pelo partido presidencial República em Marcha e pelas siglas de centro-direita MoDem, Agir e Horizons — precisará obter 289 assentos, a maioria absoluto no Parlamento. O presidente francês precisa da Assembleia Nacional para cumprir seus objetivos de política interna, aprovar gastos e fazer alterações na Constituição.
Nas últimas duas décadas, eleitores deram forte apoio ao presidente reeleito. Em 2017, quando venceu o pleito pela primeira vez, Macron elegeu 313 deputados, chegando a 360 parlamentares se somados os 47 assentos do MoDem.
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No entanto, como tem apontado pesquisas e assessores presidenciais, a disputa dessa vez é mais apertada. O grande problema para Macron é a Nupes, liderada pela França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon e formada também com os partidos ecologista, socialista e comunista. As siglas construíram uma aliança das principais forças de esquerda no país, deixando de lado disputas pessoais e diferenças ideológicas, para montar uma frente unida contra o atual chefe de Estado.
Se Macron perder muitas cadeiras, ele poderá ter que buscar apoio de deputados da Nupes ou de outros opositores em determinados projetos de lei.
Apesar de ser improvável, a aliança de esquerda almeja conquistar uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, forçando Macron a nomear um novo primeiro-ministro — possivelmente Mélenchon — e formar um novo gabinete, o que potencialmente bloquearia boa parte da agenda do líder francês.