Veja os países que mudaram suas leis de controle de armas após ataques

Novo massacre no Texas aumenta pressão para controle de armas nos EUA, onde mais de 200 trocas de tiros já foram relatadas este ano

Ataque na escola primária Robb na cidade de Uvalde, no Texas, deixou 21 pessoas mortas, sendo 19 alunos e duas professoras.
Foto: Reprodução/Rede Globo - 25.05.2022
Ataque na escola primária Robb na cidade de Uvalde, no Texas, deixou 21 pessoas mortas, sendo 19 alunos e duas professoras.

O massacre em uma escola primária de Uvalde, no Texas, na terça-feira, matando 19 crianças e dois adultos, reacendeu a pressão por novas leis de segurança de armas nos EUA, que tem mais armas de fogo do que pessoas e leis de armas mais permissivas do que muitos outros países com alto nível de renda.

Mais de 200 tiroteios em massa foram relatados nos EUA em 2022, de acordo com o Gun Violence Archive, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos. Mais de 45 mil pessoas morreram de ferimentos relacionados a armas, incluindo suicídios, nos EUA em 2020, de acordo com os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Leis mais rígidas sobre armas foram propostas ao Congresso dos EUA após tiroteios em massa, mas foram derrotadas por republicanos, independentes e alguns democratas moderados.

Alguns países, no entanto, conseguiram mudar as leis após epísódios violentos semelhantes ao ocorrido na escola do Texas esta semana.

Canadá

Após o massacre da Ecole Polytechnique, em 1989, no qual 14 estudantes de engenharia foram mortos em sala de aula, em Montreal, a nova legislação exigiu cursos de segurança, verificação de antecedentes e aumento das penas para alguns crimes com armas de fogo.

Em 2020, pouco depois de um atirador atirar e matar 13 pessoas em Portapique, na Nova Escócia, o Canadá proibiu mais de 1.500 modelos de armas de fogo e determinados componentes para armamentos e estabeleceu limites sobre o poder de destruição das balas.

A taxa de homicídios por arma de fogo no Canadá é de 0,5 por cem mil pessoas, contra a taxa dos EUA, que está em 4,12, disse o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington em uma análise de 2021.

Austrália

Depois que um atirador matou 35 pessoas em um café de um local turístico em 1996, a Austrália proibiu todos os rifles semiautomáticos e todas as espingardas semiautomáticas. Milhares de armas de fogo não licenciadas foram entregues às autoridades, e os proprietários de armas licenciados foram obrigados a fazer um curso de segurança.

As chances de ser assassinado por uma arma na Austrália caíram para 0,15 por cem mil pessoas em 2014, contra 0,54 por cem mil em 1996, ou seja, uma queda de 72%, segundo uma análise da Reuters sobre os números do Departamento Australiano de Estatísticas.

Reino Unido

Um atirador matou 16 crianças e seu professor em Dunblane, na Escócia, em 1996, provocando uma campanha pública que levou a Grã-Bretanha a adotar alguns dos controles de armas mais rígidos do mundo. Em dois anos, novas leis efetivamente proibiram os civis de possuírem armas de fogo.

A taxa de homicídios por armas de fogo no Reino Unido é de 0,04 por cem mil pessoas.

Nova Zelândia

Após o ataque às mesquitas de Christchurch que matou 50 pessoas, em março de 2019, o primeiro-ministro da Nova Zelândia proibiu a venda de armas de assalto em poucos dias. Mais tarde, o Parlamento votou para proibir a circulação e o uso da maioria das armas de fogo semiautomáticas, além de peças que convertem armas de fogo em armas de fogo semiautomáticas, e algumas espingardas.

Assassinatos relacionados a armas de fogo eram raros na Nova Zelândia e continuam assim: o país teve 12 em 2018 e 11 em 2021. A população é de pouco mais de cinco milhões de pessoas.

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