Rússia desiste de realizar parada militar em Mariupol
Moscou queria comemorar, em 9 de maio, a queda da cidade no 'Dia da Vitória'
A Rússia recuou nesta sexta-feira (6) da ideia de organizar uma parada militar na cidade ucraniana de Mariupol no próximo dia 9 de maio , aniversário da rendição nazista para as tropas soviéticas na Segunda Guerra Mundial.
Ao ser questionado sobre o assunto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que é "impossível, por razões óbvias", organizar o desfile neste momento.
Peskov também negou que Moscou vá enviar uma comitiva para Mariupol em 9 de maio. "Não tenho informações sobre uma delegação oficial", acrescentou.
A possibilidade de uma parada militar no Dia da Vitória havia sido cogitada em meados de abril por Viktoria Kalachova, nomeada pelos russos como vice-prefeita de Mariupol após a tomada da cidade.
"Vai acontecer, sem dúvida nenhuma, a população de Mariupol espera esse evento", disse ela na ocasião. No entanto, apesar de a Rússia ter conquistado a área urbana da cidade, a resistência ucraniana segue lutando em seu último bastião, a siderúrgica Azovstal.
A indústria é alvo de constantes bombardeios por parte das forças de Moscou e ainda abriga cerca de 200 civis, além de militares e integrantes da milícia de extrema direita Batalhão de Azov.
"A situação na siderúrgica é crítica e está piorando", disse um dos soldados entrincheirados na Azovstal, Mykhailo Vershynin, à rede britânica BBC. "O pior é que ainda temos civis nos refúgios antiaéreos", acrescentou.
A Rússia também lançou um assalto por terra para tentar tomar a indústria, provavelmente buscando uma vitória total em Mariupol antes de 9 de maio.
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