Idoso dado como morto é achado vivo em saco para cadáveres; veja vídeo
Paciente seria levado a necrotério quando funcionários perceberam confusão; investigadas, seis pessoas foram demitidas ou repreendidas após ocorrido
As autoridades de Xangai demitiram ou repreenderam ao menos seis funcionários envolvidos no transporte de um paciente vivo dentro de um saco para cadáveres. Um idoso, que foi equivocadamente declarado morto, estava sendo levado a um necrotério quando perceberam a confusão.
Vídeos compartilhados nas redes sociais no domingo mostram funcionários retirando de um carro funerário um saco com o corpo. Os trabalhadores, com vestimentas de proteção, abrem a bolsa e percebem que o paciente está vivo. O episódio provocou indignação na cidade, que enfrenta um rigoroso lockdown há cinco semanas.
"Vivo! Você viu aquilo? Vivo", diz um funcionário, antes de ser advertido:
"Não cubra o paciente de novo", responde outro. This is the video everyone's talking about today, showing how a Shanghai nursing home resident is taken away to the morgue in a body bag. At around 38 sec in the video, the staff member backs away and says: "He's alive. He's alive, I saw it. Don't cover him anymore." pic.twitter.com/Y3HzRRpxUl
上海新长征福利院把还活着的老人装进尸袋,要送去殡仪馆火化,被运尸体的殡仪馆工作人员发现:“活的!”看来这是嫌上海老人死得还不够多,烧死活人不算死于新冠就行。 pic.twitter.com/O6Zn5qV76L
Investigação
O governo do distrito de Putuo confirmou nesta segunda-feira o erro da equipe e anunciou uma investigação. As autoridades informaram que o paciente, cuja identidade é desconhecida, foi levado ao hospital e estava em condição estável.
Segundo o governo, cinco funcionários e um médico, que teve sua licença cassada, são investigados. Quatro pessoas, incluindo o diretor da casa de repouso onde estava o idoso, foram demitidas.
Após o incidente, a Casa de Repouso Shanghai Xinchangzheng se desculpou pelo equívoco. Já a funerária elogiou seus funcionários por notarem que o paciente estava vivo. A equipe foi recompensada com 5 mil yuans — cerca de R$ 3.800.
Nas redes sociais, usuários expressaram sua revolta com o caso, que despertou preocupação com uma possível sobrecarga do sistema de saúde em meio ao lockdown em Xangai. Ao longo das últimas semanas, os cerca de 25 milhões de habitantes da metrópole foram impostos a estritas regras como parte da estratégia para Covid Zero frente ao avanço da variante Ômicron.
Com medo da censura, moradores chegaram a protestar contra a quarentena usando códigos e vídeos. Alguns chegaram a ser separados da família em longos períodos de isolamento na tentativa de conter a propagação do vírus.
Ao menos sete brasileiros que vivem em Xangai foram infectados desde o início do lockdown, segundo o Consulado-Geral do Brasil. Entre o grupo, três foram transferidos para unidades de isolamento, enquanto outros três estão em suas residências. Um dos brasileiros não deu detalhes sobre sua situação.
Nos últimos dias, autoridades de Xangai vêm flexibilizando as medidas de contenção, permitindo que mais pessoas deixem o confinamento domiciliar, que chegou a provocar problemas nas redes de abastecimento e paralisou a produção de várias empresas.