Rússia usa golfinhos para proteger base naval no Mar Negro
Animais foram colocados na entrada do porto de Sepastopol para combater mergulhadores ucranianos que tentarem sabotar navios de guerra russos
Fotos de satélite mostram que a Rússia colocou golfinhos treinados na entrada do porto de Sebastopol, no Mar Negro, considerado hoje um dos principais focos de tensão entre o país e o Ocidente, com a guerra na Ucrânia. O objetivo é ajudar a proteger uma importante base naval do Kremlin. As informações são do jornal americano Washington Post .
Segundo o analista de submarinos Hi Sutton, em entrevista para o Instituto Naval dos Estados Unidos, a medida visa usar os animais para combater mergulhadores ucranianos que tentarem entrar no porto para sabotar navios de guerra russos.
Em um e-mail ao The Post , um porta-voz da Maxar Technologies, empresa de tecnologia espacial que forneceu as imagens de satélite ao jornal, concordou com a análise e a explicação do especialista.
A iniciativa não é nenhuma novidade, uma vez que, desde a década de 1960, a Marinha dos EUA treina golfinhos e leões marinhos para auxiliar na proteção contra ameaças submarinas. De acordo com especialistas, os golfinhos têm o sonar mais sofisticado conhecido pela ciência — uma grande capacidade de identificar o tamanho de um objeto, bem como a qual distância ele está, a partir da emissão de ondas sonoras que produzem eco. Dessa forma, eles conseguem detectar facilmente minas e outros objetos potencialmente perigosos no fundo do oceano.
A Rússia teria usado a base de Sebastapol também durante a era soviética para treinar golfinhos para fins militares, como plantar explosivos em navios ou procurar minas. Há controvérsia, no entanto, se eles foram implantados para operações militares.
Após a dissolução da União Soviética, a instalação de Sebastopol foi usada pela Ucrânia para treinar golfinhos para sessões de terapia. A Rússia retomou um treinamento de mamíferos marinhos militares depois de assumir o controle da cidade portuária em 2014, informou o Moscow Times na época.
Em 2019, uma baleia branca surgiu na Noruega usando um arnês — uma espécie de cinto de segurança para escaladas —, levando especialistas marinhos locais a especular que o mamífero fazia parte de um programa de treinamento naval russo, segundo relatos da mídia. A baleia foi apelidada de "Hvaldimir" pelos habitantes locais, uma combinação da palavra norueguesa para baleia e o primeiro nome do presidente russo Vladimir Putin.
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