Rússia ataca pontos militares e atinge fábrica de armas perto de Kiev
Complexo industrial, localizado no distrito de Darnytsky, é utilizado principalmente para fabricação tanques
A Rússia bombardeou uma segunda fábrica militar na área de Kiev no sábado, cumprindo a ameaça de intensificar seus ataques à capital depois de perder o cruzador Moskva, principal navio da frota russa no Mar Negro, que afundou após um suposto ataque das forças ucranianas. Moscou também destruiu edifícios de produção de uma fábrica de veículos blindados na capital ucraniana e uma instalação de reparo militar na cidade de Mykolaiv.
Uma fábrica perto de Kiev de mísseis Netuno, que segundo a Ucrânia teria sido o projétil usado para afundar o navio, já havia sido alvo de um ataque de Moscou na noite de quinta-feira.
O Ministério da Defesa confirmou em nota que “os ataques foram realizados por armas de longo alcance de alta precisão”.
Forças russas também derrubaram uma aeronave SU-25 ucraniana perto da cidade de Izyum, em Kharkiv Oblast, no leste do país, segundo Moscou.
O novo complexo industrial atingido, localizado no distrito de Darnytsky e onde são fabricados tanques, foi atingido na manhã de sábado. Um grande número de soldados e socorristas se reuniram no local, de onde saía uma grande fumaça.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou o ataque mas disse no Facebook que não tinha informações sobre possíveis vítimas. Segundo ele, equipes de resgate e médicos estão no local. Klitschko voltou a pedir aos moradores que deixaram a capital que não voltassem e permanecessem em um “lugar seguro”.
Os ataques russos a Kiev eram raros desde o final de março, quando Moscou retirou suas tropas da capital e anunciou que estava concentrando sua ofensiva no leste da Ucrânia.
Autoridades da Ucrânia afirmaram terem descoberto corpos de pelo menos 900 civis pelas forças russas na região de Kiev, denúncia que provavelmente intensificará as já pesadas acusações de crimes de guerra contra Moscou. A informação foi transmitida por Andriy Nebytov, chefe de polícia da região, em uma entrevista coletiva na sexta-feira. Segundo Nebytov, o maior número de vítimas civis foi observado em Bucha, onde mais de 350 corpos foram encontrados, muitos deles enterrados em duas valas comuns.
Bucha tornou-se um símbolo do tratamento brutal do Exército russo aos civis ucranianos e foco de investigações de crimes de guerra. Quando as tropas russas recuaram depois que sua campanha militar estagnou, dezenas de civis foram encontrados mortos a tiros em pátios e ruas, alguns com as mãos atadas atrás das costas.
Ja o chefe do Centro de Defesa Nacional da Rússia, Mijail Mizintsev, acusou Kiev de preparar um ataque contra civis ucranianos que fogem da região de Kharkov (leste) e depois acusar os russos do massacre.
Na sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que o “mundo inteiro deve estar preocupado” com o risco de que Vladimir Putin, encurralado por seus reveses militares na Ucrânia, use uma arma nuclear. Em uma nova mensagem em vídeo, Zelensky reiterou aos países ocidentais que eles podem “tornar a guerra muito mais curta” se fornecerem a Kiev as armas solicitadas.
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