Invasão ao Capitólio: ex-policial é considerado culpado em 6 acusações

Thomas Robertson agrediu um outro policial com um pedaço de pau durante o ataque

 Policial foi culpado em seis acusações relacionadas à invasão do Capitólio
Foto: Reprodução
Policial foi culpado em seis acusações relacionadas à invasão do Capitólio


Um júri no Distrito de Columbia, onde fica a capital americana, Washington, considerou o ex-policial Thomas Robertson culpado em seis acusações relacionadas à Invasão do Capitólio , em janeiro do ano passado — este foi apenas o segundo caso relacionado ao ataque a ser levado a um júri, dentre os mais de 800 processos abertos desde o início das investigações.

De acordo com os documentos do julgamento, Robertson, que era um sargento do departamento de polícia de Rocky Mount, no estado da Virgínia, na época do ataque, estava com um outro ex-agente, Jacob Fracker, durante a invasão, promovida por partidários do ex-presidente Donald Trump.

No julgamento, um policial de Washington declarou que um homem o atingiu com um pedaço de pau durante o ataque, e identificou o réu como sendo o autor da agresão. Promotores também exibiram vídeos onde Robertson aparecia entre os invasores.

Em publicações feitas em redes sociais e exibidas aos jurados, o ex-policial defendeu uma "rebelião armada" nos EUA. Ele está preso desde julho do ano passado, depois que investigadores descobriram que ele comprou 37 armas de fogo depois de sua primeira detenção, em janeiro de 2021, e que ele mantinha um rifle e material para montar explosivos em sua casa.

Fracker, que fez um acordo com as autoridades federais para evitar ir a julgamento, confirmou, em testemunho, que os dois entraram no Capitólio com a multidão e que Robertson escondeu seus telefones em um depósito para munições, aparentemente para evitar que as autoridades tivessem acesso aos equipamentos. Os dois foram expulsos da polícia logo depois da confirmação de seu envolvimento no ataque.

Em seus argumentos finais, a defesa de Robertson declarou que ele não tinha a intenção de realizar atos de agressão, e que o pedaço de pau que carregava consigo era apenas uma bengala. Já uma das promotoras, Elizabeth Aloi, o acusou de ter usado o instrumento para evitar que os policiais entrassem no prédio. O juiz ainda não anunciou uma data para o anúncio da pena a ser cumprida.

No dia 6 de janeiro de 2021, semanas depois de ser derrotado por Joe Biden nas urnas, o então presidente Donald Trump fez um discurso em Washington, a pouco mais de um quilômetro do Capitólio, onde ocorreria a protocolar cerimônia de confirmação dos resultados do Colégio Eleitoral. Na fala, o presidente questionou a lisura do processo eleitoral e falou para que seus apoiadores seguissem até o Congresso para protestar.

Horas depois, a sede do Legislativo americano seria invadida por centenas de pessoas, que protagonizaram atos de violência contra policiais e ameaçaram a vida de congressistas, assessores e funcionários do complexo.


Ao todo, sete pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e 816 pessoas foram indiciadas por crimes relacionados ao ataque. Uma comissão da Câmara dos Deputados também investiga o incidente e apura responsabilidades de agentes políticos, como o próprio Trump e aliados próximos.

Alguns dos casos foram julgados e os réus já cumprem suas penas, ou então chegaram a acordos com a promotoria, como o fez Jacob Fracker, que se comprometeu a ajudar o Departamento de Justiça — essa colaboração ficou evidente no processo de seu ex-colega de polícia, Thomas Robertson, quando deu detalhes sobre as ações dos dois.

No mês passado, Guy Reffit se tornou o primeiro acusado de participação no ataque a ser considerado culpado por um júri, também no Distrito de Columbia — ele tinha contra si cinco acusações, incluindo a de obstrução de ação policial e de entrar com uma arma de fogo na área do Capitólio.

Na semana passada, um tribunal federal confirmou a primeira absolvição de um réu ligado ao ataque: na decisão, o juiz Trevor McFadden afirmou que os promotores não conseguiram comprovar a culpa de Matthew Martin, acusado de invadir uma área privada. Na defesa, ele alegou não saber que estava violando a lei ao entrar na área do Capitólio.

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*Com informações de agências internacionais