Chernobyl
Reprodução/Twitter - 08.05.2017
Chernobyl

Após noticiar que as tropas russas estavam deixando a central nuclear de Chernobyl, as autoridades ucranianas informaram nesta sexta-feira (1º) que os miliares saíram por conta de contaminação radioativa.

As forças russas invadiram a área famosa pelo desastre nuclear de 1986 já no primeiro dia da guerra , em 24 de fevereiro, tomando o controle total da área no dia seguinte.

Desde a quarta-feira (30), haviam relatórios dos Estados Unidos informando uma movimentação das tropas para Belarus e outras cidades em guerra, em notícia que foi confirmada por Kiev e pela agência ucraniana que gere a central nesta quinta-feira (31).

A princípio, não se sabia se todos os militares russos sairiam, mas a agência confirmou que "não há mais estrangeiros na área interna da central nuclear de Chernobyl".

A notícia estava sendo encarada como parte do anúncio russo de que pararia os ataques em diversos pontos do território ucraniano e que se concentraria na defesa da área separatista do Donbass.

No entanto, nesta sexta, autoridades ucranianas afirmaram que o motivo oficial da retirada das tropas foi a contaminação de "centenas" de oficiais pela "doença da radiação aguda". Os militares teriam sido enviados para tratamento em Gomel, em Belarus.

Em uma postagem no Facebook, um dos membros da agência que gere a central nuclear de Chernobyl, Yaroslav Yemelianenko, postou um documento oficial em que afirma que eles saíram em "duas colunas" de militares direto para o país vizinho.

Segundo o representante, "o inimigo teve um impacto significativo de radiação em Chernobyl porque não seguia os padrões de segurança contra a radiação". Em outra postagem, Yemelianenko foi mais direto e disse que "com o mínimo de inteligência no comando ou dos soldados, as consequências poderiam ser evitadas".

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"Você cavou trincheiras na 'floresta vermelha'? Agora viva o resto de sua curta vida com isso. Existem regras para lidar com esta área e elas são obrigatórias porque a radiação é física - funciona independentemente do seu status ou da sua posição", acrescentou referindo-se a uma das áreas mais impactadas pela explosão do reator.

Em mais uma postagem, o ucraniano informou que agora toda a área de Chernobyl "precisará de um processo de eliminação das consequências da permanência dos racistas em toda a área - para lavar as estradas da radiação, renovar infraestruturas e pontes e até enterrar as trincheiras na Floresta Vermelha".

Até o momento, a Rússia não confirmou a informação.

Nesta sexta-feira, o diretor-geral da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informou que guiará uma missão internacional em Chernobyl "o mais rápido possível" para avaliar a situação.

A agência de energia estatal da Ucrânia, Energoatom, também notificou a AIEA sobre a possível contaminação de soldados e uma investigação foi aberta.

Chernobyl é conhecida no mundo inteiro por conta de um desastre nuclear em 1986. Toda a área foi isolada e o acesso é bastante restrito por conta do risco ainda existente de contaminação mesmo com todas as obras para diminuir ao máximo a gestão dos restos nucleares do local.

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