Rússia propõe cessar-fogo para evacuação de civis em Mariupol

Ainda não há confirmação da informação por parte de Kiev

Ataque a hospital infantil em Mariupol, na Ucrânia
Foto: Reprodução / NR1 - 09.03.2022
Ataque a hospital infantil em Mariupol, na Ucrânia

O governo da Rússia propôs um cessar-fogo temporário em Mariupol para permitir a saída de civis nesta quinta-feira (31), informa a mídia estatal russa. A Ucrânia ainda não se manifestou sobre o tema.

Segundo nota do Ministério da Defesa repercutida pela agência Interfax, a trégua começará às 10h (hora local) e o corredor ligará Mariupol a Zaporizhzhia, com uma parada intermediária em Berdyansk.

A situação em Mariupol, uma cidade portuária no Mar de Azov, é considerada uma das mais graves de toda a guerra na Ucrânia.

A localidade está sitiada por tropas russas, milícias armadas da área separatista de Donetsk e por grupos armados de extrema-direita da Chechênia desde os primeiros dias de guerra. Já a defesa da cidade é feita por tropas ucranianas e por membros do Batalhão de Azov, uma milícia paramilitar de extrema-direita.

No meio dos ataques, está a população civil e, segundo estimativas do governo de Kiev, cerca de 100 mil pessoas ainda estão presas em Mariupol em condições precárias de sobrevivência.

Os corredores humanitários para a cidade funcionam apenas em alguns dias e diversos são os relatos de violação de trégua quando eles são abertos.

EUA

Também nessa quarta, a diretora de comunicação da Casa Branca, Kate Bedingfield, afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está sendo "mal informado" sobre a invasão na Ucrânia.

De acordo com dados da Inteligência, essas informações erradas passadas por chefes das Forças Armadas estão causando "tensões" entre os conselheiros mais próximos do mandatário.

A representante ainda confirmou a fala do presidente Joe Biden de que os EUA estão avaliando mais sanções contra os russos por conta da guerra.

Já o Pentágono informou que as tropas russas estão deixando a região da central nuclear de Chernobyl, tomada no segundo dia de guerra. Parte desses homens foram realocados em Belarus.

O porta-voz da Defesa, John Kirby, informou por sua vez que não foram detectados "deslocamentos de tropas russas para a área separatista do Donbass" e que "não há nenhum sinal de desescalada militar".

Além disso, Kirby afirmou que "menos de 20%" dos soldados russos que estavam em Kiev foram enviados para Belarus, o que mostra que o anúncio de cessão de ataques na capital não é confiável.

"Se os russos quisessem mesmo fazer isso, estariam retirando todas as tropas", pontuou.

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