Governo de Mariupol diz que 300 civis morreram em teatro bombardeado
Edifício era usado como abrigo e tinha a palavra 'crianças' escrita no chão do lado de fora, uma tentativa para evitar que fosse alvo de ataques
O Conselho Municipal da cidade de Mariupol, na Ucrânia, atualizou nesta sexta-feira o número de vítimas do bombardeio contra o Teatro Dramático, usado como abrigo por civis após a invasão russa no país. Ao todo, cerca de 300 pessoas teriam morrrido no ataque que ocorreu há nove dias.
"Infelizmente, começamos o dia com más notícias. Há informações, com base em testemunhas oculares, de que cerca de 300 pessoas morreram no Teatro Dramático de Mariupol como resultado de um bombardeio de aviões russos. Ainda não queremos acreditar nesse horror. Ainda queremos acreditar que todos conseguiram escapar. Mas as palavras daqueles que estavam dentro do prédio no momento desse ato terrorista dizem o contrário. O invasor sabia onde estava atingindo. Ele sabia quais poderiam ser as consequências e, mesmo assim, as bombas caíram sobre este lugar", anunciou o Conselho em seu canal no Telegram.
O caso gerou muita revolta principalmente porque a palavra "crianças" escrita em russo, foi pintada no chão do lado de fora do edifício. A mensagem era grande o suficiente para ser vista do céu e era uma tentativa de avisar que o local era usado apenas como abrigo por civis. A Ucrânia acusou a Rússia do ataque, que por sua vez alegou que a autoria era do Batalhão Azov, milícia ucraniana ligada à extrema direita.
No início desta semana, Petro Andriushchenko, conselheiro do prefeito de Mariupol, estimou o número de sobreviventes do bombardeio em cerca de 200. Anteriormente, as autoridades por diversas vezes disseram que havia entre 500 e mil pessoas no local e que a maioria estava sendo resgatada com vida. Um relatório inicial apresentado na última sexta-feira chegou a apontar apenas um ferido e nenhum morto.
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