Sites do governo russo são alvos de ciberataques 'sem precedentes'
Nas últimas semanas, várias entidades governamentais e empresas estatais foram alvo, incluindo sites do Kremlin, da transportadora Aeroflot e do banco Sberbank
Sites do governo russo estão enfrentando ataques cibernéticos "sem precedentes", admitiu nesta quinta-feira o Ministério de Tecnologia da Informação. Nas últimas semanas, várias entidades governamentais e empresas estatais foram alvo de ataques, incluindo vários sites do Kremlin, da transportadora Aeroflot e do banco Sberbank.
Segundo o ministério, esforços técnicos estão sendo feitos para filtrar o tráfego da web estrangeira.
"Se anteriormente sua potência, nos momentos de pico, atingiu 500 gigabytes, agora está em 1 terabyte", revelou. "Isso é duas a três vezes mais poderoso do que os incidentes mais graves desse tipo relatados anteriormente".
À medida que a Rússia se torna cada vez mais isolada dos sistemas financeiros e cadeias de suprimentos globais, o governo propôs uma série de medidas para apoiar o setor de TI (Tecnologia de Informação). Citando documentos preliminares do governo, a Interfax informou na quarta-feira que o ministério havia proposto alocar 14 bilhões de rublos (US$ 134,30 milhões) para apoiar empresas de TI na forma de subsídios. Com isso, as companhias teriam acesso a condições preferenciais de impostos e empréstimos.
O ministério também já sugeriu que as empresas russas de TI discutissem uma transferência faseada de componentes de suporte técnico com empresas estrangeiras.
A Ucrânia, por sua vez, também vem sendo atacada. Horas antes de as tropas russas começarem a invasão do país, dezenas de sites de instituições e bancos ucranianos ficaram inacessíveis, no que autoridades locais e serviços de monitoramento digital afirmaram ser um ataque contra o país — o terceiro do tipo neste ano.
Em resposta, o governo da Ucrânia fez um apelo a hackers e especialistas em segurança para criar “um exército de TI”. Hoje, há cerca de 35 mil inscritos no canal de Telegram usado para a convocação, mas não se sabe exatamente quantos são “soldados” ou quantos são jornalistas, pesquisadores ou apenas curiosos. A maior parte das tarefas é defensiva, mas existia a possibilidade de serem usados em ações ofensivas contra a Rússia.