Guerra: Tropas russas intensificam bombardeios em Kiev e Kharkiv
Negociador declarou que desejo do Kremlin é chegar à paz o mais rápido possível, mas "negociações são difíceis, estão indo devagar"
Autoridades da Ucrânia divulgaram que tropas russas realizaram mais dois ataques contra áreas residenciais na capital, Kiev, e também em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, onde duas pessoas morreram.
As Forças Armadas ucranianas reagiram aos ataques "em várias áreas operacionais", segundo o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak escreveu no Twitter. "Isso muda radicalmente as disposições das partes", acrescentou, sem dar detalhes.
Em uma atualização sobre a guerra, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia se referiu à "alta intensidade das hostilidades", mas não divulgou onde os combates foram mais pesados.
Na contagem sobre danos, a procuradora-geral Iryna Venediktova relatou que as forças russas atingiram mais de 400 estabelecimentos de ensino, sendo que 59 deles foram destruídos.
O governador da região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, afitmou que não havia eletricidade na principal cidade da região, Chernihiv, e em alguns outros assentamentos da região.
O drama de Kharkiv
Pelo menos 500 civis foram mortos por bombardeios russos a Kharkiv, desde o início da guerra, disse a agência de serviços de emergência da cidade, nesta quarta-feira.
O número real de mortes pode ser muito maior, complementou a agência, em um comunicado no Facebook, observando que os trabalhadores de emergência continuam vasculhando os escombros dos bairros residenciais em busca de mais corpos, muitas vezes mesmo sob ataque inimigo.
Tendo falhado em várias tentativas de tomar a cidade, as forças russas desencadearam uma campanha viciosa de bombardeios contra alvos civis, reduzindo Kharkiv – uma cidade outrora vibrante de quase 1,5 milhão de pessoas – a ruínas.
Pelo menos 189 pessoas foram resgatadas de prédios danificados desde o início da guerra.
Negociações
Segundo o negociador russo Vladimir Medinsky, as conversas com a Ucrânia são difíceis e lentas, mas ele garantiu que a Rússia deseja sinceramente a paz o mais rápido possível, segundo divulgou a agência russa Interfax, nesta quarta-feira.
"As negociações são difíceis, estão indo devagar. Claro que gostaríamos que tudo acontecesse muito mais rápido, esse é um desejo sincero do lado russo. Queremos chegar à paz o mais rápido possível", disse Medinsky.
"Precisamos de uma Ucrânia pacífica, livre, independente, neutra - não membro de blocos militares, não membro da Otan", acrescentou.
* Com agências internacionais