Boric toma posse no Chile com a promessa de 'sepultar' neoliberalismo
Presidente eleito em dezembro herdará país em crise econômica e terá a tarefa de promover um governo de bem-estar social
O presidente mais jovem da história do Chile toma posse nesta sexta-feira (11). Gabriel Boric, 36, ex-líder estudantil e deputado desde 2014. Eleito em dezembro do ano passado, o político terá o desafio de herdar um país que foi governado por um conservador, Sebastián Piñera, por dois mandatos.
Além disso, Boric terá de reerguer um Chile afetado economicamente pela pandemia de Covid-19, com inflação alta e esvaziamento de fundos governamentais e que, em 2019, passou por uma grande ebulição social — que acabou sendo determinante para a sua eleição.
Representante de uma nova esquerda chilena, Boric promete promover um estado de bem-estar social no Chile. Segundo suas próprias palavras, "se o Chile foi o berço do neoliberalismo, também será seu túmulo". O político também tem como pautas a consciência ecológica, a redução da desigualdade social e o apoio às minorias.
Logo em seu primeiro ano, Boric deverá ter a responsabilidade de colher apoio para a parte final de um processo que tem como intuito aprovar uma nova constituição que substitua a atual Carta Magna, herança do governo ditatorial de Augusto Pinochet (1973-1990).
As ideias de Boric já puderam ser vistas na formação dos seus ministérios. Das 24 pastas, 14 serão lideradas por mulheres. O perfil dos ministros também mudou e indica uma mudança geracional na política chilena: a média de idade dos comandantes das pastas é de 42 anos.
Posse
A cerimônia que marcará o início do mandato do ex-líder estudantil contará com a presença de diversas figuras graúdas da política internacional. Entre elas, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão , e a ex-presidenta Dilma Rousseff.
Chefes de estado como Alberto Fernández (Argentina), Guillermo Lasso (Equador), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Luis Arce (Bolívia) e Lacalle Pou (Uruguai) também marcam presença na lista de confirmados.