Universidade de Mariupol é atingida por ataque russo
Um comboio humanitário que levaria alimentos e remédios não conseguiu chegar na cidade
Um ataque aéreo da Rússia atingiu a universidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, nesta quinta-feira (10), informam autoridades da cidade. Na ação, diversas residências também foram atingidas no centro, próximas ao teatro municipal.
Não há informações de feridos até o momento. A localidade é a mesma que foi alvo de um ataque aéreo nesta quarta-feira (9) que danificou seriamente o prédio de um hospital infantil e maternidade , ferindo inclusive mulheres que estavam em trabalho de parto.
Também nesta quinta, o comboio humanitário que deveria chegar em Mariupol para levar alimentos e remédios para os cerca de 400 mil habitantes que estão cercados pelas tropas russas "foi obrigado a dar marcha ré por causa dos combates em andamento", informou a vice-premiê da Ucrânia, Iryna Vereschuk.
A situação em Mariupol é bastante complicada por conta do desrespeito aos corredores humanitários para a população que não conseguiu fugir. Como os militares russos não conseguiram tomar a cidade, eles cercaram toda a área para provocar uma rendição.
Há inúmeros relatos de que os moradores estão sem água corrente e energia há dias.
Enquanto o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, classifica a situação como "a mais trágica" do país, o Ministério de Defesa da Rússia diz que a cidade está sitiada por "nacionalistas" e que será "libertada em breve" pela "unidade da milícia popular da República de Donetsk".
Ataque a hospital - O governo da Rússia informou que pedirá "esclarecimentos" às forças armadas do país que estão na Ucrânia sobre o ataque à maternidade em Mariupol. O ato pode ser considerado um crime de guerra dos russos e foi condenado publicamente por líderes de diversos países no mundo.
"Nós pediremos seguramente ao nosso Exército porque nós não temos ainda uma informação clara do que aconteceu lá. O Exército fornecerá certamente algumas informações", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à agência russa de notícias Interfax.
A informação de Peskov contradiz a fala de ministros russos que, em um primeiro momento, negaram que o país atacou um hospital em funcionamento e que o local tinha virado um "comando militar".
Os números oficiais do ataque ainda são desconhecidos, até pela precariedade da situação em Mariupol, mas as autoridades falam em, ao menos, três mortes e 17 feridos.
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