Líder de partido da Coreia do Sul é atacado a dois dias de eleição
Song Young-gil, líder do partido governista, foi atingido por um homem com um martelo; estado de saúde dele é estável
O líder do partido governista da Coreia do Sul foi hospitalizado nesta segunda-feira após ser agredido enquanto participava de uma campanha a dois dias da eleição presidencial, em uma disputa já ofuscada por controvérsias e na qual a votação antecipada foi marcada por irregularidades.
O líder do Partido Democrata, Song Young-gil, foi atacado na capital Seul por um homem vestindo um manto tradicional que se aproximou dele por trás e o atingiu na cabeça com um martelo pequeno, como mostrou um vídeo publicado no YouTube por um apoiador democrata.
A reportagem não pôde verificar as imagens de forma independente, mas autoridades do partido disseram que o estado de Song é estável e que um suspeito estava sob custódia policial.
Em uma eleição marcada por escândalos, táticas de difamação e gafes, o democrata Lee Jae-myung e o candidato do principal partido conservador da oposição, Yoon Suk-yeol — do Partido do Poder Popular —, estão em uma disputa acirrada. Nesta segunda-feira, os dois condenaram o ataque a Song, que também gerencia a campanha de Lee.
"A violência prejudica a democracia, nunca pode ser aceita" , disse Lee em comício na cidade portuária de Busan, no Sudeste do país, desejando a Song uma rápida recuperação.
Já Yoon divulgou um comunicado dizendo que qualquer violência interferindo na eleição não poderia ser justificada. Ele acrescentou que estava esperando a rápida recuperação de Song e a segurança de todos os candidatos.
O presidente Moon Jae-in chamou o ataque de "terror contra a democracia", disse sua porta-voz.
O ataque ocorreu após dois dias em que o eleitorado poderia votar antecipadamente — sexta-feira e sábado. O dia da eleição é quarta-feira, 9 de março.
A votação no sábado foi marcada por longas esperas de pessoas com Covid, que foram autorizadas a votar no dia. Os eleitores infectados, no entanto, só poderiam sair de casa a partir de 17h e tinham que chegar ao local de votação até 18h.
Além disso, alguns eleitores receberam cédulas usadas. Os dois dias de votação atraíram quase 37% do eleitorado.
No domingo, a Comissão Nacional de Eleições da Coreia do Sul divulgou um pedido de desculpas pelo mau planejamento durante o horário especial de votação antecipada para pacientes com coronavírus. Segundo relatos da mídia local, algumas pessoas desmaiaram enquanto esperavam.
“Lamentamos muito por causar um inconveniente aos pacientes de Covid-19 durante o período de votação antecipada”, disse o comunicado.