Opositor de Putin pede aos russos que se manifestem contra a guerra

Em comunicado divulgado da prisão, Alexei Navalny chamou chamou presidente russo de 'czar insano' e disse 'que a Rússia não é Putin

Alexei Novalny
Foto: Reproducao: Youtube
Alexei Novalny

Alexei Navalny, líder da oposição russa, pediu que seus compatriotas se manifestem diariamente contra a invasão na Ucrânia , ordenada pelo presidente Vladimir Putin. Navalny está preso há um ano por acusações de fraude, ainda será julgado e pode ser condenado a mais 15 anos de prisão.

No Facebook, o opositor chamou Putin de um “czar insano'', e convocou todos os russos a saírem às ruas e lutar pela paz.

“Peço a todos que saiam às ruas e lutem pela paz”, escreveu. “Não podemos esperar nem mais um dia. Onde quer que você esteja. Na Rússia, Bielorrússia ou do outro lado do planeta. Vá para a praça principal de sua cidade todos os dias da semana, às 19h, e às 14h nos fins de semana e feriados”.

Ele também pediu que os russos não tenham medo da prisão. Moscou deteve milhares de pessoas que participaram de protestos nos últimos dias. A maioria é liberada horas depois.

“Se para parar a guerra precisarmos encher as prisões e as vans da polícia, encheremos as prisões e as vans da polícia. Tudo tem um preço e agora, na primavera de 2022, temos que pagar esse preço”, afirmou. “Putin não é a  Rússia”.

Líder da oposição e organizador de grandes manifestações nos últimos anos contra Putin, Navalny foi preso em janeiro de 2021 ao chegar a Moscou, depois de passar meses sendo tratado na Alemanha após ser envenenado — ação que ele atribuiu a Vladimir Putin.

Atualmente, Navalny cumpre pena de dois anos e meio de prisão por um caso de fraude, um julgamento que ele considera político.

“Sou contra esta guerra. Acredito que esta guerra entre a Rússia e a Ucrânia está sendo travada para encobrir o roubo de cidadãos russos e desviar sua atenção dos problemas que existem dentro do país, da deterioração da economia”, disse o opositor durante uma audiência na quinta-feira passada (24), dia em que Putin invadiu o país vizinho.