"Crime de guerra" diz Zelensky após bombardeio da Rússia em Kharkiv

O presidente falou em um pronunciamento que a cidade foi "brutalmente" atacada, de forma proposital, pois "os russos sabiam onde estavam atirando"

Volodymyr Zelensky presidente da Ucrânia
Foto: Reprodução/ Getty Images
Volodymyr Zelensky presidente da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de "cometer crimes de guerra" após ter "brutalmente" bombardeado a pacífica Kharkiv , cidade com áreas residenciais, sem instalações militares, no nordeste do país.

"Kharkiv é uma cidade pacífica, há áreas residenciais, não há instalações militares. Dezenas de testemunhas relataram que não se trata de uma investida falsa, mas de destruição deliberada de pessoas. Os russos sabiam onde estavam atirando", disse Zelensky em um vídeo transmitido na TV e em suas redes sociais.

Segundo ele, nos últimos cinco dias de ofensiva, a Rússia atacou o território ucraniano com 56 foguetes e 113 mísseis de cruzeiro.

Para Zelensky, um país que comete crimes de guerra não deve ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

"Haverá um tribunal internacional para este crime, uma violação de todas as convenções. Ninguém no mundo vai perdoá-lo por matar cidadãos ucranianos pacíficos", alertou.

Os ataques russos à cidade de Kharkiv levantaram uma onda de indignação nos ucranianos. Zelensky, inclusive, decidiu suspender temporariamente a exigência de vistos para ingressar no país do leste europeu para quem estiver disposto a ajudar na guerra contra a Rússia.

O decreto entra em vigor nesta terça-feira (1º) e permanecerá em vigor enquanto o país estiver sob alerta.

Mais cedo, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, já havia dito no Conselho de Segurança que a Rússia está cometendo crimes de guerra no território ucraniano.

"Está atacando hospitais, equipes móveis de resgate e ambulâncias. Esta não é a ação de um Estado com problemas de segurança legítimos. É a ação de um Estado determinado a matar civis", acusou o diplomata.

Haia

O escritório de Karim Khan, promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), informou que vai buscar a aprovação do tribunal para abrir uma investigação sobre supostos crimes de guerra na Ucrânia.

"O próximo passo é prosseguir com o processo de busca e obtenção de autorização da Câmara de Instrução do Tribunal para abrir uma investigação", disse Khan, ao expressar preocupação com a invasão russa. 

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