ONU alerta que risco de 'grande conflito' na Ucrânia é real
Reunião de emergência ocorreu após ações de Putin
Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas na madrugada desta terça-feira (22) sobre a situação da Ucrânia após o reconhecimento da Rússia das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, a ONU pontuou que o risco de um "grande conflito" no país é real.
"As próximas horas e dias serão críticos. O risco de um grande conflito é real e deve ser prevenido a todos os custos. Há o pleno empenho do secretário-geral para trabalhar para uma solução diplomática da crise atual", disse a subsecretária de Assuntos Políticos, Rosemary Dicarlo.
Segundo a representante, "nós lamentamos a ordem para desprender as tropas russas na Ucrânia oriental, sob o nome de 'missão de manutenção de paz'".
A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, "colocou o mundo perante a uma escolha".
"Esse ataque à soberania e integridade territorial à Ucrânia é não provocado e claramente a Rússia está procurando um pretexto para uma futura invasão. Não podemos desviar o olhar. A história nos diz que olhar para o lado será um percurso muito custoso", pontuou ainda.
No entanto, o embaixador russo na instituição, Vassily Nebenzia, afirmou que o Kremlin "permanece aberto à diplomacia e a uma solução diplomática, mas não permitirá um novo banho de sangue no Donbass".
Conforme o portal brasileiro UOL, o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse que o governo "sabe o quão crítica a situação se tornou" e que o país "pede uma desescalada e apoia esforços diplomáticos para que haja uma situação pacífica".
A crise na Ucrânia veio se intensificando desde o fim do ano passado, quando começaram a surgir falas de que Kiev poderia entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Mas, nesta segunda-feira (21), Putin deu um novo passo para aumentar a tensão ao reconhecer as duas regiões separatistas no Donbass - Lugansk e Donetsk - como repúblicas independentes.
A situação causou críticas mundiais e aumento do temor de que haja uma guerra real na Europa oriental. Os ocidentais ainda vão anunciar parte de um pacote de sanções nesta terça.