EUA enviarão 3 mil soldados para países do Leste Europeu
Washington diz que realocações são respostas para russos
O Pentágono confirmou nesta quarta-feira (2) que enviará três mil soldados para países do Leste Europeu para apoiar as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em meio à crise ucraniana.
"Os Estados Unidos enviarão nos próximos dias tropas para Romênia, Polônia e Alemanha. Não são transferências permanentes e não combaterão na Ucrânia. Mas, estarão ali para ajudar a defender os nossos aliados da Otan", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
Cerca de dois mil militares serão enviados dos EUA para Polônia e parte oriental da Alemanha e outros mil serão reposicionados do território alemão para a Romênia após "pedido direto do governo de Bucareste".
Kirby ainda destacou que outros 8,5 mil soldados norte-americanos foram colocados em estado de alerta e que novas realocações podem ser anunciadas nos próximos dias. "É importante mandar um forte sinal não apenas para [Vladimir] Putin, mas ao mundo", acrescentou o representante ressaltando que o Washington "não sabe se a Rússia decidiu agredir" a Ucrânia.
O clima de tensão na região se amplia dia após dia, mas apesar das acusações dos países ocidentais, Putin diz que não vai iniciar um novo conflito com a Ucrânia e que suas tropas militares estão em áreas de fronteiras apenas por questões de segurança.
No mesmo dia do anúncio norte-americano, o governo britânico informou, segundo a mídia local, que seus caças interceptaram quatro veículos militares russos que estavam sobrevoando o norte da Escócia.
Os modelos interceptados seriam os bombardeiros russos Tupolev TU-95, chamados de "Bear" pela Otan, e que nunca haviam entrado no espaço aéreo do Reino Unido.
Resposta dos EUA
Nesta quarta-feira (2), o jornal espanhol "El Pais" publicou que teve acesso à resposta norte-americana aos pedidos russos do chamado "tratado de paz" e que Washington propôs que tanto EUA como Rússia não posicionassem "misseis ofensivos por terra e forças permanentes de combates" na Ucrânia.
No entanto, o governo de Joe Biden se manteve firme na posição de manter a política de "portas abertas" da Otan, podendo aceitar no futuro uma adesão ucraniana ou de qualquer outra ex-república soviética.
Essa era uma das exigências de Moscou para acalmar a tensão na região.