Após mais de 24 horas no mar, homem sobrevive ao tsunami em Tonga

Lisala Folau, de 57 anos, vivia na pequena e isolada ilha de Atata e percorreu cerca de 13 km até a capital do país

Foto: Reproducao / G1
Vulcão Tonga

Cinco dias após a erupção e o tsunami que atingiram Tonga, as primeiras histórias de sobreviventes começam a ser conhecidas pelo mundo. Lisala Folau, de 57 anos, que vivia na pequena e isolada ilha de Atata, sobreviveu a tragédia após após ser arrastado para o mar por ondas gigantes e nadar por mais de 24 horas.

Segundo a agência Reuters, Folau disse em entrevista a rádio local Broadcom Broadcasting que estava pintando a casa dele na noite de sábado quando foi alertado sobre o tsunami pelo irmão. Logo depois, as ondas o atingiram. Apesar de ter dificuldade para andar, ele ainda subiu numa árvore para tentar escapar, mas quando desceu outra grande onda o arrastou.

"Eu apenas flutuei, esmagado pelas grandes ondas que continuavam chegando", contou.

Conforme o jornal The Guardian, em meio às dificuldades de comunicação do país após a tragédia, uma transcrição da entrevista foi traduzida e compartilhada por um editor sênior da estação de rádio, George Lavaka, no Facebook.

"Quando a onda chegou, eu e minha sobrinha Elisiva não tínhamos nada para segurar e fomos arrastados para o mar. Eram 19h no spábado. Nós flutuamos no mar, apenas chamando um pelo outro. Estava escuro e não podíamos nos ver. Pouco depois eu não podia mais ouvir minha sobrinha chamando" , contou Folau.

O tonganês disse que conseguia ouvir os gritos do filho chamado por ele, mas decidiu não responder, com medo de que o jovem pulasse na água para tentar salvá-lo.

"A verdade é que nenhum filho pode abandonar seu pai. Mas para mim, como pai, mantive meu silêncio, pois se eu respondesse, ele pularia e tentaria me resgatar. Pensei que se acontecesse o pior, seria apenas eu" , lembrou.

O sobrevivente passou por duas outras ilhas desabitadas até chegar a à ilha principal de Tongatapu, onde fica a capital, Nuku'alofa, percorrendo uma distância de cerca de 13 quilômetros.

"Eu boiei e acabei chegando a ilha de Toketoke. Na manhã de domingo, vi um barco de patrulha da polícia indo para Atata. Peguei um trapo e acenei, mas o barco não me viu" , descreveu, acrescentando que sem seguida nadou em direção a ilha de Polo'a, onde chegou por volta de 18h de domingo "Eu gritei por ajuda, mas não havia ninguém lá."

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