Papa critica 'cultura do cancelamento' e pede "liberdade de expressão"
Pontífice afirmou que trata-se de uma "colonização ideológica" que atualmente assume a forma da "cultura do cancelamento"
O papa Francisco criticou nesta segunda-feira (10) a chamada "cultura do cancelamento" e afirmou que a pretensa "proteção da diversidade" acaba anulando "qualquer senso de identidade".
As declarações foram dadas em um discurso para embaixadores estrangeiros no Vaticano, durante o qual o líder da Igreja Católica também alertou para os perigos do "pensamento único".
"O déficit de eficácia de muitas organizações internacionais também se deve às diversas visões entre seus membros sobre os objetivos que elas deveriam buscar. Não raro, o centro de interesse se deslocou para assuntos de natureza divisiva e não estritamente ligados à finalidade da organização, com agendas cada vez mais ditadas por um pensamento que renega os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos", disse Jorge Bergoglio.
Segundo Francisco, isso é uma forma de "colonização ideológica que não deixa espaço para a liberdade de expressão e que hoje assume cada vez mais a forma da 'cultura do cancelamento', que invade muitos âmbitos e instituições públicas".
"Em nome da proteção da diversidade, acaba-se por anular qualquer sentido de identidade, com o risco de calar as posições que defendem uma ideia respeitosa e equilibrada. Vai surgindo um pensamento único, perigoso, forçado a renegar a história ou, pior ainda, a reescrevê-la com base em categorias contemporâneas", acrescentou.