Presidente do Cazaquistão dá ordem para polícia matar manifestantes

País vive maior onda de protestos desde a independência do país em 1991, em meio ao colapso da União Soviética

Protestos ocorrem no Cazaquistão desde o dia 2 de janeiro
Foto: Reprodução
Protestos ocorrem no Cazaquistão desde o dia 2 de janeiro

O presidente do Cazaquistão, Kassym Jomart Tokayev, autorizou nesta sexta-feira (7) que a polícia do país abra fogo "sem aviso prévio" contra os manifestantes que ocupam as ruas do país desde domingo (2).

"Dei a ordem de atirar para matar sem aviso prévio", disse Tokayev em discurso transmitido pela televisão. O mandatário afirmou que "os terroristas continuam danificando propriedades e usando armas contra os cidadãos".

Tokayev prometeu "eliminar os bandidos" sem qualquer tipo de negociação. De acordo com ele, são cerca de 20 mil manifestantes. As operações vão continuar "até a destruição total dos militantes", disse.

Segundo autoridades locais, dezenas de manifestantes e 18 membros das forças de segurança já morreram em confrontos no Cazaquistão. O país vive uma onda de manifestações que dissolveu o governo. Cerca de 2,3 mil pessoas já foram detidas e 748 policiais ficaram feridos.

Apesar de o governo de Kassym-Jomart Tokayev ter sido dissolvido pelo próprio presidente, a população continuou nas ruas e não acatou o toque de recolher decretado no país. Os militantes pedem, entre outras coisas, mudança do regime político, eleição direta dos governos locais, fim das prisões arbitrárias e a redução da desigualdade.