Após ameaça de Belarus, Rússia nega interrupção no fornecimento de gás para UE
Cerca de 680 quilômetros de dutos da empresa russa Gazprom passam pelo território de Belarus antes de chegar à Polônia
Após o ditador da Belarus, Alexander Lukashenko, ameaçar cortar o suprimento de gás natural por conta da crise de migrantes entre Belarus e Polônia , o governo da Rússia negou nesta sexta-feira (12) a possibilidade disso acontecer.
“A confiabilidade da Rússia como fornecedora sob os atuais e futuros contratos não está em discussão” , disse o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, em sua coletiva diária com a imprensa.
Peskov disse ainda que o governo russo não apoiava a declaração de Lukashenko. No caso, o representante da Belarus ameaçou interromper o fornecimento de gás natural aos países europeus, que dependem dele para o aquecimento durante o inverno. “ Nós estamos aquecendo a Europa. Eles continuam ameaçando que vão fechar a fronteira. E se a gente desligar o gás natural lá? “ , disse Lukashenko em reunião com ministros. “ O ministro de Relações Exteriores deve alertar todos na Europa: se eles imporem novas sanções contra nós, isso seria inaceitável e devemos responder .”
Atualmente, o governo russo é o único grande aliado da Belarus após as polêmicas eleições que mantiveram Lukashenko no poder, em agosto do ano passado. Tanto a União Europeia quanto o Reino Unido acreditam que o pleito foi fraudado para manter o “último ditador” do continente no poder. Lukashenko é presidente desde 1994.
A tensão entre Lukashenki com a União Europeia acontece também pela crise na fronteira entre Polônia e Belarus. No caso, Belarus permitiu que milhares de migrantes do Oriente Médio e do Afeganistão fossem até o país com a promessa de que poderiam entrar ilegalmente no bloco de países. A Comissão Europeia anunciou que já está tramitando o sexto pacote de sanções políticas e econômicas contra os aliados do presidente.