Talibã teria matado parente de jornalista alemão no Afeganistão

Outro familiar, do funcionário de uma rede de televisão alemã, também ficou gravemente ferido; Grupo fundamentalista passou a perseguir profissionais de imprensa no país

Foto: Reprodução
Talibã teria matado parente de jornalista alemão no Afeganistão

Os  talibãs mataram um familiar de um jornalista da empresa de notícias alemã Deutsche Welle, informou a empresa nesta sexta-feira (20). Outro parente ficou gravemente ferido na ação.

Segundo a DW, o repórter está trabalhando na Alemanha, mas os islamistas foram à casa da família para procurar pelo profissional, que teve a identidade preservada. "Outros membros da família do jornalista conseguiram escapar no último minuto e estão em fuga", diz a emissora.

"O assassinato de um parente próximo de um de nossos editores pelo Talibã é uma tragédia inconcebível e exemplifica o grave perigo no qual todos os profissionais e suas famílias no Afeganistão se encontram. Está claro que o Talibã já realiza buscas sistemáticas por jornalistas, tanto em Cabul quanto nas províncias. Nosso tempo está se esgotando", diz o diretor-geral da DW, Peter Limbourg.

Apesar do discurso moderado, diversos são os relatados de jornalistas afegãos que foram mortos ou "desapareceram" durante a tomada de poder pelo grupo fundamentalista nas últimas semanas. Já as mulheres, que eram proibidas de atuarem como jornalistas pelo regime islâmico, também temem represálias.

Além dos profissionais, o grupo está procurando "casa a casa" civis que ajudaram como intérpretes tanto a imprensa como os militares ocidentais - apesar de terem prometido uma "anistia geral". Na última quarta-feira (18), um vídeo publicado nas redes sociais mostra membros do grupo extremista agredindo um tradutor na rua e o colocando em uma caminhonete com destino desconhecido.

A DW também publicou que um desses tradutores, Andadullah Hamdadr, que ajudava os profissionais do jornal alemão "Die Zeit", foi assassinado na rua no dia 2 de agosto, por "aparentemente, militantes do Talibã".


Na terça-feira (17), durante sua primeira coletiva oficial, um porta-voz do grupo disse que o novo governo não seria tão repressivo como foi entre os anos de 1996 e 2001, que permitiria que as mulheres pudessem estudar e trabalhar e que não queria "mais inimigos nem internos nem externos". No entanto, conforme a semana foi passando, diversas foram as imagens e as denúncias de assassinatos e de forte repressão de pessoas que protestavam contra o novo regime. (ANSA).