Onda de sequestros em escolas nigeriana começou em dezembro; abandono escolar tem aumentado
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Onda de sequestros em escolas nigeriana começou em dezembro; abandono escolar tem aumentado

Nigéria registrou o rapto de mais de uma centena de crianças de uma escola no domingo (30), elevando para 700 o total de estudantes sequestrados no país nos últimos seis meses.

De acordo com as autoridades locais, o ataque aconteceu em um colégio islâmico da cidade de Tegina, no estado de Niger. Homens armados chegaram à escola por volta das 15h do horário local (11h em Brasília).

"Eu pessoalmente vi entre 20 e 25 motos com pessoas fortemente armadas. Eles entraram na escola e depois foram embora com 150 estudantes , ou até mais", afirmou o dono do estabelecimento, Abubakar Tegina.

Segundo ele, a escola tem cerca de 300 crianças matriculadas com idades que vão de 7 a 15 anos, mas que não é possível saber exatamente quantos foram sequestrados porque muitos alunos não estavam no local no momento do ataque.

Segundo a AFP, os criminosos liberaram 11 crianças que tinham entre 4 e 12 anos. Segundo o governo local, elas eram muito pequenas e não conseguiam acompanhar o ritmo dos sequestradores em fuga.

O sequestro aconteceu menos de 24 horas depois da libertação de 14 crianças no estado de Kaduna, no norte do país, que ficaram 40 dias em cativeiro . Outros cinco estudantes foram assassinados porque as famílias e o governo não queriam pagar pelo resgate.  Segundo a imprensa local, as famílias pagaram 180 milhões de nairas (cerca de R$ 2,2 milhões) pela libertação dos 14 jovens.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, que tem sido cada vez mais comum nas regiões norte e oeste do país. Em geral, os sequestros são feitos por grupos criminosos, que depois exigem que as famílias ou o governo paguem um resgate para que as crianças sejam soltas.

No total, 730 crianças estão sob o poder de sequestradores atualmente em todo o país.

A onda de sequestros começou em dezembro com a captura de 344 crianças em um colégio interno de Kankara, no norte do país. As vítimas foram liberadas depois de uma semana.

Em fevereiro, 279 meninas com idades entre 12 e 16 anos foram raptadas e soltas cinco dias depois no estado de Zamfara, noroeste da Nigéria.

O crescimento dos raptos provoca ainda o temor de um aumento na taxa de abandono escolar em regiões pobres e rurais -sobretudo entre as mulheres. Esses locais já registram os maiores índices de crianças não escolarizadas do país. Em resposta aos crimes, muitos estados decidiram fechar temporariamente colégios e internatos.


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