Presidente da Turquia acusa Biden de ter "sangue nas mãos" por apoiar Israel

Turco disse que EUA se aliou aos armênios no chamado genocídio

Foto: Getty Images
Bombardeio israelense na Faixa de Gaza











O presidente da Turquia , Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta segunda-feira (17) seu homólogo americano, Joe Biden,  de "ter sangue nas mãos" por declarar apoio a Israel nos conflitos contra grupos palestinos. "Não vamos recuar" em apoio aos palestinos, prometeu o líder de Ancara em discurso ao vivo na TV.

Erdogan ressaltou que a ajuda militar americana está permitindo os ataques de Israel contra os palestinos, que não têm recursos para se defender. "Vimos a assinatura de Biden em uma venda séria de armas a Israel", afirmou Erdogan, fazendo referência a relatos de uma recente venda de armamento militar pelos EUA a seu aliado no Oriente Médio.

O governo Biden tem alegado que quer diminuir a  violência entre Israel e militantes palestinos na Faixa de Gaza , mas a Casa Branca tem resistido aos apelos para exigir um cessar-fogo em um conflito que já custou pelo menos 200 vidas e deixou centenas feridos.

As relações entre Turquia e os Estados Unidos – ambos membros da Otan – têm sido prejudicadas por disputas diplomáticas, incluindo a mais recente sobre a decisão de Biden de reconhecer o massacre dos armênios pelo Império Otomano como um genocídio.

Para o presidente turco, o democrata se aliou aos armênios no chamado genocídio. "Agora você está, infelizmente, escrevendo a história com sangue nas mãos neste incidente que levou a um ataque seriamente desproporcional em Gaza", acusou.

Desde a semana passada, Israel tem respondido aos ataques de foguetes palestinos com ataques aéreos devastadores e começou a convocar milhares de reservistas, enquanto a região enfrenta uma das piores escalada de tensão em duas décadas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, inclusive, afirmou hoje que continuará a atingir alvos terroristas palestinos com dureza e fará o que for necessário para restaurar a calma e a segurança.

Nos últimos dias, Biden defendeu a resposta do governo israelense aos ataques de foguetes, dizendo que não viu uma "reação exagerada significativa".

"Os territórios palestinos são afetados por perseguição, sofrimento e sangue, como muitos outros territórios que perderam a paz com o fim do Império Otomano. E você está apoiando tudo isso", afirmou Erdogan, acusando os israelenses de serem "assassinos a ponto de matar crianças de cinco e seis anos".