Raúl Castro anuncia aposentadoria e deixa liderança do Partido Comunista de Cuba
Pela primeira vez nas últimas seis décadas, partido deixará de ser comandado por um Castro
Raúl Castro, irmão de Fidel Castro e atual líder do Partido Comunista cubano, anunciou nesta sexta-feira (16) que vai se aposentar. Ele já havia deixado a presidência de Cuba há três anos. Pela primeira vez em 60 anos, o partido não será comandado por um membro da família Castro.
"Concluo minha missão como primeiro-secretário do Comitê Central do partido com a satisfação de tê-la cumprido e a confiança no futuro da pátria, além da refletida convicção de não aceitar convites para permanecer em órgãos superiores da organização partidária, na qual continuarei militando", disse durante o VIII Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Em quatro dias o congresso vai eleger o sucessor de Castro. O mais cotado até o momento é Miguel Diaz-Canel, que já sucedeu castro em 2018.
A saída de Castro já era esperada pelos membros do partido. Em 2016, o irmão de Fidel promoveu uma reforma no partido que delimitou em dois mandatos de cinco anos o tempo máximo que um membro pode ficar na liderança do partido. Raúl liderava o partido desde 2011.
Em seu discurso nesta sexta-feira, Castro fez um pedido para que Cuba promova um diálogo 'respeitoso' com os Estados Unidos, mas não sem antes denunciar a "hostilidade" dos norte-americanos.
Raúl Castro foi o responsável por estreitar as relações com a Casa Branca em 2014, durante a presidência de Barack Obama. A eleição de Trump em 2017, porém, causaram novo rompimento. O Partido Comunista Cubano espera que a relação com Washington volte a ser amigável com a eleição do democrata Joe Biden.