EUA: autor de ataque ao Capitólio acreditava que "governo controlava sua mente"
Segundo investigações preliminares, Noah Green dizia fazer parte de uma organização fundamentalista islâmica
O autor do ataque do último sábado (2) nos arredores do Capitólio , sede do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, foi identificado como Noah Green, um homem de 25 anos que sofreria de distúrbios mentais.
Dirigindo um sedã azul, Green avançou contra uma barreira da polícia na Colina do Capitólio, matando um agente, William Evans, e ferindo outro. Em seguida, saiu do automóvel com uma faca na mão, mas foi baleado pelas forças de segurança e morreu pouco depois.
O autor do ataque não tinha precedentes penais e dizia fazer parte do grupo Nation of Islam (Nação do Islã), organização fundamentalista islâmica fundada por afro-americanos na década de 1930. No entanto, fontes investigativas citadas pela CNN afirmam que Green teria sofrido com distúrbios mentais nos últimos anos.
Mensagens publicadas pelo agressor nas redes sociais indicam que ele tinha medo do FBI e da CIA e acusava o governo federal de querer controlar sua mente. Em diversos posts, ele revelava admiração por Louis Farrakhan, atual líder do grupo Nation of Islam e frequentemente acusado de antissemitismo, homofobia e misoginia.
Poucas horas antes do ataque, Green afirmou no Instagram que o governo dos EUA era o "inimigo número um" da comunidade afro-americana. Seu irmão, Brendan, contou à imprensa local que Green estava "muito mal" na noite anterior ao incidente no Capitólio e sofria desde 2019 com alucinações, paranoias e pensamentos suicidas.
Por meio de um comunicado, o presidente dos EUA, Joe Biden , disse ter ficado de "coração partido com o ataque violento" no Capitólio e ofereceu suas condolências à família de William Evans. Já o chefe da Polícia Metropolitana de Washington, Robert Contee, afirmou que o caso "não parece ter ligação com o terrorismo".
"Mas, obviamente, vamos continuar investigando", acrescentou. A região do Capitólio está com segurança reforçada desde 6 de janeiro, quando apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso para subverter a vitória de Joe Biden nas eleições do ano passado. Na ocasião, a insurreição culminou na morte de cinco pessoas , incluindo um policial e quatro apoiadores do ex-presidente.