ONU usará monitores para observar cessar-fogo da Líbia

Parte da reinicialização diplomática dos esforços acontece para persuadir lados opostos a formar um governo de unidade nacional

Foto: Anadolu Agency
Um foguete não detonado que sobrou do cerco fracassado de Trípoli, que durou 14 meses


A Organização das Nações Unidas (ONU) tentará reiniciar seu esforço em direção à unidade nacional na Líbia. Os objetivo são trazer monitores para supervisionar um cessar-fogo amplamente desrespeitado e forçar a liderança política do país dividida a encontrar um mecanismo para eleger um primeiro-ministro.

Funcionários da ONU disseram que a Líbia está travando uma corrida contra o tempo para fazer progressos tangíveis rumo à formação de um governo de unidade nacional e evitar o possível colapso de um cessar-fogo de três meses.

Em carta aos países membros, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os blocos regionais indiquem monitores para fiscalizar o cessar-fogo e um embargo de armas da ONU que tem sido desprezado, principalmente pela Turquia e Emirados Árabes Unidos.

Seria a primeira vez que a ONU tomaria medidas ativas no terreno para impor o cessar-fogo, além de relatórios detalhando como o embargo de armas está sendo violado.

A medida ocorre em um momento crítico desde o cessar-fogo, que foi acordado com as partes beligerantes em 23 de outubro em Genebra, também inclui disposições para que todas as tropas estrangeiras deixem a Líbia em três meses. Não há sinal de que isso esteja acontecendo.

A enviada especial em exercício da ONU, Stephanie Williams, disse que há 20 mil soldados estrangeiros ou mercenários no país.

A Líbia tem sido assolada por divisões internas há quase uma década. O país está dividido entre o Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, que tem sede na capital, Trípoli, e é apoiado pela Turquia, e o Exército Nacional da Líbia (LNA), que tem base no leste e é apoiado em vários graus pelo Egito, Emirados Árabes Unidos, Rússia e França. 

Nos últimos três meses, a chance de uma reconciliação nacional floresceu, em parte porque o mentor do cerco fracassado do LNA a Trípoli, General Khalifa Haftar, perdeu influência externa e prestígio internamente, permitindo que vozes mais pragmáticas fossem ouvidas. A exaustão com a guerra também contribuiu.